A exposição Africa away from home (África fora de casa) encontra-se no MAB (Museu da Abolição), no Recife. Trata-se de um primeiro módulo experimental, que integrará o acervo do Museu Digital da Memória Africana e Afro-brasileira.
A pesquisa foi realizada pelo antropólogo, professor e pesquisador Antonio Motta (LEC), com a participação de vários estudantes africanos: Adélia Mendes (Guiné-Bissau); Braima Mané (Guiné Bissau); Bubacar Valdez (Guiné-Bissau); Edimilza Djassi (Guiné-Bissau); Ismael Tchan (Guiné-Bissau); Lassana Danfa (Guiné-Bissau); Lucy Ribeiro (Cabo Verde); Matos da Silva (Guiné-Bissau); Sheila Tavares (Cabo Verde); Rômulo Rosa (Angola) e Serge Katembera (Congo). A montagem e direção de imagens são de Charles Martins.
A proposta é compreender alguns processos de negociação e de trocas diversas entre redes de estudantes de países africanos, não apenas de língua portuguesa. O foco são os trânsitos e fluxos culturais, pois permitem pensar e problematizar a idéia de cultura não mais como uma substancia fixa a um lugar ou a uma determinada experiência ou referência localizada, mas a partir de suas formas dinâmicas e processuais. Tal fenômeno, de certo modo, manifesta-se através da circulação de estudantes e de objetos, dos trânsitos de informação, de símbolos e de valores, bem como de diferentes dinâmicas de mediação cultural, ou seja, “objetos em movimento”.
Todavia, o dado singular dessa nova realidade não é apenas a mobilidade de estudantes estrangeiros no Brasil, de objetos e seus diferentes trânsitos, mas as redes de conexão que se formam a partir deles e, com elas, a expansão de tecnologias da informação e a possibilidade cada vez maior de comunicação. A partir de certos fluxos e interconexões é possível que diferenças e semelhanças culturais possam dialogar com coletividades construídas à distância ou até mesmo comunidades imaginadas? Como negociar sentimentos de pertencimentos, laços de reciprocidade e de solidariedade em contextos de descontinuidade espacial?
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