Do total da pena, 21 anos são por causa do homicídio e mais 4 por corrupção de menores
Da Redação do pe360graus.com
A história do jovem Alcides Nascimento Lins (foto 2), assassinado em fevereiro do ano passado, ganhou mais um capítulo nesta terça-feira (14), com a condenação de segundo acusado pelo crime, João Guilherme Nunes da Costa (foto 1), a 25 anos de prisão, sendo 21 por homicídio duplamente qualificado e mais 4 por corrupção de menor. Ele deve cumprir a pena no presídio Barreto Campelo, em Itamaracá, no Grande Recife.
João Guilherme foi responsável por um dos tiros que colocou fim ao sonho do jovem pobre que estava concluindo o curso de biomedicina na Universidade Federal de Pernambuco. O outro acusado foi um adolescente, que já cumpre medida sócio-educativa pelo crime. O júri popular que condenou João Guilherme aconteceu no Fórum Rodolfo Aureliano, no Recife.
A mãe de Alcides, Maria Luiza Nascimento Lins (foto 5), comentou, ao final da leitura da sentença, que não ficou satisfeita com o resultado. "O certo eram 30 anos ou prisão perpétua para ele. Não foi do jeito que eu queria", queixou-se. A defesa, que informou que vai recorrer da decisão, tem dez dias para dar entrada na documentação do recurso.
A promotora Helena Martins (foto 3) baseou a acusação no fato do adolescente que também participou do crime ter confessado em diversos depoimentos durante o processo de investigação e até mesmo em depoimentos na Justiça. “E em todos esses depoimentos, o adolescente sempre afirmou que João Guilherme foi o responsável pelo primeiro disparo. Frio, pois afirmou várias vezes que, ao não encontrar quem de fato procurava, disse que iria deixar alguém estirado naquele dia, pois não iria perder a viagem”, disse durante o júri.
A defensora pública Fernanda Vieira (foto 4) usou como tática desqualificar o inquérito policial, apontando erros e contradições em depoimentos. “Primeiro, identificaram o suspeito como branco, gordo e com cabelo liso. Depois, com a mudança de delegado, usaram uma foto para chegar às características do acusado, que é pardo, cabelo curto e um pouco gordo”, destacou.
Entretanto, durante a réplica, a promotora desconstruiu o fato, alegando que não há diferença entre branco e pardo, entre gordo e meio gordo, entre 1,71m e 1,75m de altura. “Qual é a diferença disso? Todos sabem que no início do inquérito não se chega à descrição com precisão. Então, não me venha com essa conversa de que estamos diante de um inocente”, bradou.
Outro argumento usado para convencer o corpo de jurados, formado por cinco homens e duas mulheres, foi a ficha policial do réu. “Antes de matar Alcides, ele já respondia a outros seis processos, entre outros assassinatos, roubos a bancos e a agências dos Correios. Um dos assassinatos aconteceu por conta de uma briga por uma camisa no desfile do Galo da Madrugada. Por esse simples motivo ele foi capaz de matar”, enfatizou.
O SONHO INTERROMPIDO
A vitória do jovem pobre se refletiu na alegria da família. Alcides do Nascimento Lins vibrou ao lado da mãe ao saber que foi o aluno da rede pública mais bem colocado no vestibular de 2007 da Universidade Federal de Pernambuco.
A conquista seria o primeiro passo do caminho para realizar um sonho: o diploma universitário - a esperança de uma vida com menos sofrimento. Na universidade, foi bem recebido. Ganhou a simpatia dos colegas e a admiração dos professores. Depois das aulas do curso de Biomedicina, fazia estágio e participava de encontros científicos.
Na noite de 5 de fevereiro do ano passado, porém, um crime interrompeu essa história de superação. Alcides do Nascimento Lins, foi baleado na frente de casa e morreu no hospital. Ele tinha de 22 anos e morara na Vila Santa Luzia, no bairro da Torre.
A mãe, ex-catadora de lixo, que educou quatro filhos, lembrou momentos felizes que viveu com Alcides e as promessas que ele fazia na época. “Ele dizia sempre ‘minha mãe, o que a gente passou, aquelas dificuldades que a gente passou, vão acabar. Hoje a senhora vai ter o dobro, porque eu vou dar. Eu vou ser o homem da casa, vou ser seu filho e seu pai’”.
Em 2000, o principal acusado pelo assassinato de Alcides matou um homem a tiros depois de uma discussão por causa de uma camisa, após o desfile do Galo da Madrigada. O crime também foi na Vila Santa Luzia. Depois de cumprir um sexto da pena, João Guilherme passou ao regime semi-aberto na Penitenciária Agroindustrial São João, em Itamaracá. No dia 27 de janeiro do ano passado, numa das saídas da penitenciária, ele não voltou mais e passou a ser considerado foragido da Justiça. Oito dias depois, participou do crime que encerrou com o sonho de Alcides Nascimento Lins. Enviar para o Twitter
e uma grade perda para sociedade que iria ter um grande medico,e um perca enestimavel a sua mãe,talvez ele tenha vindo ao mundo para mostra que não importa da onde voce veio mas sim a sua força de ser alguem melhor,meus sinceros sentimentos.
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