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sexta-feira, 3 de junho de 2011

OPINIÃO: Assistência Estudantil: Uma questão universitária prioritária (Por Otávio Luiz Machado - Pesquisador da UFPE)



Um assunto que não pode estar de fora de qualquer prioridade na gestão universitária é a ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL, pois a questão permeia toda a estrutura das universidades públicas.
        Se os dados oficiais apresentam que 40% dos estudantes da UFPE são oriundos de grupos que não podem ser considerados privilegiados socialmente, então o assunto da assistência estudantil não deve ser menor na instituição, o que pode ser percebido quando analisamos como o tema ganhou dimensão e atenção da UFPE nos últimos anos.
Mas a estrutura existente não pode ser a mesma, considerando que a entrega de casas de estudantes e Restaurantes universitários em Caruaru (Centro Acadêmico do Agreste) e Vitória (Centro Acadêmico de Vitória), a expansão do Restaurante Universitário de Recife e a possível adoção de cotas sociais na próxima gestão darão uma dimensão ainda maior à questão da assistência estudantil na UFPE.
Outras universidades possuem uma estrutura específica para a  ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL, como é o caso da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) – com a  Pró-Reitoria Especial para Assuntos Comunitários e Estudantis (PRACE) –  e da UnB (Decanato de Assistência Estudantil).
A criação de uma Pró-Reitoria específica facilitará a comunicação e a interlocução entre os diversos órgãos da UFPE, considerando aí a produção  de maior  agilidade nas tomadas de decisão e na execução dos programas (o estudante que precisa de políticas de assistência estudantil não pode ficar muito tempo esperando).  
Eis algumas propostas que poderão contribuir para o bom desempenho e um maior aporte de recursos para a ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL DA UFPE:


1) A criação de uma Ouvidoria Universitária visando atender os estudantes que necessitam ser integrados ou que possam ser atendidos por programas específicos da UFPE (estendido a toda a comunidade estudantil);

2) Discussão do orçamento da Assistência Estudantil com os estudantes a cada ano;

3) Maior integração da Política Universitária de assistência estudantil com todos os Centros, órgãos suplementares e as demais Pró-Reitorias da UFPE;

4) Arrecadação do percentual de 10% de todos os recursos oriundos da FADE e de atividades pagas na UFPE para o orçamento da assistência estudantil;

5) Desconto de 50% aos estudantes oriundos de grupos desprivilegiados socialmente nos eventos pagos da UFPE (ou a adoção de cotas visando a gratuidade por um determinado número de interessados);

6) Criação de uma Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários (englobando as Casas de Estudantes, o Restaurante Universitário etc., bem como a criação de uma Coordenadoria de Estágios).

7) Criação de um Programa voltado aos ex-alunos visando seu maior envolvimento com a UFPE e a abertura de canais de apoio desses com os alunos da instituição.


Também é fundamental o aumento ainda maior no investimento no número de bolsas e a integração dos estudantes em atividades de ensino e pesquisa na instituição, pois a vulnerabilidade acadêmica provocam o rendimento escolar insatisfatório e até a evasão escolar de muitos estudantes .
Na inovação a que se propõe a nova gestão também precisa quebrar inúmeras barreiras na relação entre professor e estudantes, bem como uma maior aproximação dos servidores técnicos-administrativos nas atividades de integração e vivência do estudante no campus universitário, considerando que o conceito de comunidade universitária precisa ser elevado ao extremo.  

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