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terça-feira, 17 de maio de 2011

OPINIÃO: Movimento Estudantil na UFPE (Otávio Luiz Machado, Pesquisador da UFPE)















Várias semanas se passaram e só agora pude me dedicar com mais calma a escrita de um primeiro artigo sobre os movimentos estudantis da UFPE.
Só recentemente nas eleições para Reitor que os movimentos estudantis puderam aparecer com mais força, inclusive com a participação maciça de várias entidades estudantis na campanha dos mais diversos candidatos.
Mas o que está acontecendo com os movimentos estudantis da UFPE? Qual o motivo de não existir um DCE totalmente legitimado apenas aqui na UFPE (o cenário é outro nas grandes universidades públicas do Brasil)?
No evento intitulado Congresso de Estudantes da UFPE (que aconteceu na última semana), infelizmente as notícias não chegaram ao conjunto de estudantes da instituição e à comunidade universitária, bem como demonstrou como muitos grupos estão conseguindo enfraquecer o que sobrou dos movimentos estudantis via entidades estudantis.
Alguns fatos inusitados do evento precisam ser registrados. O Reitor eleito Anísio Brasileiro ficou deslocado no auditório do CFCH, pois acabou no meio do fogo cruzado  e das disputas    dos vários estudantes. Sua participação e posição assumidas no evento estão contra tudo aquilo que defendeu durante as eleições para Reitor da UFPE: os assuntos do movimento estudantil serão decididos única  e exclusivamente pelos estudantes.
É óbvio que vários grupos do movimento estudantil têm  muitas contribuições ao movimento estudantil da UFPE, como é o caso da Correnteza, que inclusive tem um trabalho permanente junto aos universitários e foi um dos grupos responsáveis por diversas conquistas para os estudantes. Mas tantos outros grupos também existem, inclusive alguns formados mais recentemente e que também querem espaço.
Mas um fato importante que quero ressaltar é quanto à razão de existência de um DCE:  atuar em benefício do conjunto dos estudantes (pois o DCE pertence aos estudantes). Não vou gastar o meu tempo nem o de vocês para discutir se o DCE é legítimo ou não. Mas produzir reflexões  que pelo menos ajudem a construir  saídas para os impasses atuais.
Acredito que novas eleições o quanto antes contribua para a rearrumação do DCE UFPE. Não enxergo outra saída. Os prazos já estão aí e é preciso começar a organizar isso para o início do segundo semestre.
Também não podemos enxergar os movimentos estudantis só dentro da lógica quem é favor ou contra o Reitor, o MEC ou o governo federal como um todo, porque olhando assim quebramos a cara, considerando que o  movimento estudantil clássico – o que age como um mero representante por meio de entidades – está em crise.
Os novos movimentos estudantis que são forjados nas executivas de cursos, nos projetos de extensão ou pesquisas, nas empresas Jrs, nos coletivos culturais etc estão transformando muito mais a universidade por dentro do que quaisquer outros movimentos.
         Um Reitor antenado irá perceber que não adianta mais negociar as coisas com uma CÚPULA, porque ela não mais representa o conjunto e nem a força dos movimentos estudantis. É uma relação burocratizada,  engessada e pouco transformadora. Em suma, a Reitoria ao tentar agir com a lógica de pai para filho e de aliado com os movimentos estudantis não encontra eco e se mostra totalmente desalinhada com as transformaçõe nos movimentos juvenis como um todo, porque a maior parte dos movimentos estudantis não se pautam como as mesmas ferramentas e linguagens utilizadas comumente utilizadas nas últimas décadas.  

Fotos: @Barbaridadee/Twitter
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