Ao comentar críticas ao livro "Por uma Vida Melhor", o ministro Fernando Haddad (Educação) afirmou que atacar um livro sem ler é uma postura "fascista".
A obra, distribuída pelo Ministério da Educação a escolas de educação de jovens e adultos, causou polêmica ao afirmar em um trecho sobre a diferença da linguagem oral e escrita: 'Você pode estar se perguntando: 'Mas eu posso falar os livro?'. Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico".
Os defensores da obra dizem que não há certo e errado em linguística, mas sim adequado ou não adequado ao contexto -- numa entrevista de emprego, o correto seria usar a norma culta, mas isso não necessariamente aconteceria numa conversa informal.
Já os críticos defendem que a escola ensine apenas a norma culta, essencial para o aluno ascender socialmente.
Nesta terça-feira, durante audiência na Comissão de Educação do Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR) questionou o ministro sobre o tema e disse que até o ditador soviético Josef Stálin (1878-1953) defendia a língua em sua forma mais culta durante o regime soviético.
Em sua resposta, Haddad disse que os críticos da obra distribuída pelo MEC, em sua maioria, não a haviam lido e voltou a citar o ditador soviético. "Há uma diferença entre o Hitler e o Stálin que precisa ser devidamente registrada. Ambos fuzilavam seus inimigos, mas o Stálin lia os livros antes de fuzilá-los. Estamos vivendo, portanto, uma pequena involução, estamos saindo de uma situação stalinista e agora adotando uma postura mais de viés fascista, que é criticar um livro sem ler", afirmou o ministro, que fez o seu mestrado sobre o sistema soviético.
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