O movimento de protesto por mudanças políticas e econômicas prossegue neste sábado pelo sétimo dia em Madri, assim como em outras cidades, apesar da proibição de manifestações durante dois dias no país devido às eleições de domingo.
Depois de uma concentração de quase 20 mil pessoas na noite de sexta-feira na emblemática praça Porta do Sol, o chamado movimento 15-M (começaram a se manifestar no dia 15 de maio) pretende permanecer neste sábado e domingo, apesar da proibição.
Sergio Perez/Reuters |
Manifestantes na praça Porta do Sol, localizada em Madri, querem mudanças políticas e econômicas |
O movimento, que contagiou todo o país, levou às ruas cerca de 60 mil pessoas na sexta-feira à noite, segundo o jornal "El País", e outras centenas de pessoas em várias cidades europeias como Paris, Londres e Bruxelas.
"Para hoje e amanhã temos uma prioridade muito clara: respeito total e absoluto ao dia de reflexão eleitoral, neste sábado, e também ao dia eleitoral de domingo", disse à AFP Juan López, um dos porta-vozes do movimento.
Isso quer dizer que não sairão dali as centenas de jovens que formam há dias um verdadeiro acampamento na praça, onde as assembleias e debates acontecem dia e noite e pessoas dormem sob lonas de plástico que cobrem uma parte da praça ou em barracas.
E se no fim deste sábado, como nos últimos dias, pessoas de todas as idades comparecerem a uma concentração espontânea, reivindicativa, pacífica e festiva, "que venham, não há nenhuma convocação", afirma.
E após as eleições regionais e locais, "na segunda-feira teremos a firme intenção de retomar nossa agenda com muita força", garante.
Identificar propostas para "uma democracia limpa de corruptos", mais justa e representativa e que não governe sob os ditames dos mercados é a agenda do movimento, que diz não representar nenhum partido político.
Apesar da proibição do conselho eleitoral central, a polícia não evacuou os manifestantes na sexta-feira, após o governo espanhol, que a todo momento tem se mostrado compreensivo, dar a entender que não ordenaria a intervenção das forças de segurança.
Na manhã deste sábado, cerca de 1.500 pessoas, entre jovens acampados, pessoas que participam dos debates, turistas e curiosos lotavam a praça, onde alguns ainda dormiam enquanto o acampamento se agitava.
O protesto, que começou no domingo passado com uma convocação espontânea de jovens nas redes sociais, "está sendo algo necessário", comemora a estudante Julia Estefanía, de 20 anos, com uma frase repetida há dias por pessoas de todas as idades, como uma catarse, pelos graves efeitos da crise na Espanha.
Após dois anos de recessão, a economia espanhola se recupera com dificuldades, mas não ocorre o mesmo com o desemprego, que disparou de 8% de antes da crise para mais de 21% atuais. Entre os com menos de 25 anos, já supera os 44%.
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