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segunda-feira, 2 de maio de 2011

MATÉRIA: A notícia inconveniente

FONTE: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=639IMQ010


BIN LADEN MORTOA notícia inconveniente

Por Luciano Martins Costa em 2/5/2011
Comentário para o programa radiofônico do OI, 2/5/2011
A morte do comandante terrorista Osama Bin Laden quase apanha a imprensa brasileira de folga.
Nas edições nacionais de alguns jornais, a notícia não chegou a tempo, embora seu anúncio tenha sido feito em horário de funcionamento das redações.
Acontece que, nos fins de semana, os jornais operam em forma de plantão, como os hospitais, e nem sempre há especialistas a postos quando um fato relevante cisma de acontecer fora do horário comercial dos dias chamados úteis.
O aviso de que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, faria um pronunciamento importante sobre uma questão de segurança nacional foi divulgado em Washington por volta das 22 horas do domingo (1/5), 23 horas em Brasília.
Antes do pronunciamento, o motivo do anúncio já havia vazado, e os principais meios de comunicação internacionais já noticiavam a morte de Bin Laden, o que produziu comemorações em várias cidades americanas.
Só não promoveu uma maior mobilização nas redações brasileiras.
Simbologia
Na edição do Globo que circula no Rio de Janeiro, por exemplo, a manchete é a notícia da morte de Bin Laden. Na versão que chegou aos assinantes paulistas, a manchete era a conquista do campeonato carioca de futebol pelo Flamengo.
O mesmo aconteceu com as edições dos jornais paulistas que foram enviadas a outros estados e algumas cidades do interior mais distantes.
No momento em que as revoltas no mundo árabe parecem anunciar o fim de estranhas alianças internacionais como a que levou ao surgimento da Al-Qaeda, a morte de Osama Bin Laden carrega uma simbologia que deveria ter provocado comichões em todos os jornalistas.
Em outros tempos, muito provavelmente os especialistas, ao serem informados do acontecimento, teriam abandonado sua folga para contribuir com o trabalho dos colegas de plantão.
Mas o jornalismo brasileiro virou uma espécie de serviço burocrático, bem organizado, bem planejado, com banco de horas estritamente controlado para reduzir custos.
O resultado é esse: edições "meia-boca" nos fins de semana.
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