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quarta-feira, 18 de maio de 2011

PARA PENSAR: Os estudantes voltam às ruas (Por Otávio Luiz Machado)

FONTE: http://www.diariodepernambuco.com.br/2011/02/26/opiniao.asp
Diário de Pernambuco, 26 de fevereiro de 2011, Opinião

Os estudantes voltam às ruas
Otávio Luiz Machado
Pesquisador e Coordenador do PROJUPE-UFPE
otaviomachado3@yahoo.com.br

É fato histórico que os movimentos estudantis só conseguiram vitórias de verdade quando saíram às ruas, encheram as praças e souberam conduzir uma luta através da mobilização estudantil, do enfrentamento de barreiras e da entrega generosa à luta sem nenhum pudor ou descaramento.

A luta pelas passagens reduzidas ou o passe livre têm mantida acesa a chama dos movimentos estudantis no Recife, sem contar os inúmeros projetos ligados à questão social e à entrada e permanência dos estudantes de grupos sociais desprivilegiados nas universidades públicas.

Como dissemos sempre, o movimento estudantil que se preza opta pelo protesto público ao invés da reclusão das salas das entidades estudantis, indigna-se pelo motivo mais simples que ocorre ao seu redor, enquanto trabalha mais com o suor da energia dos seus militantes do que a boa vontade das verbas oficiais ou da disponibilidade dos bolsos quase vazios dos seus colegas dos quais tentam arrancar algum trocado.

O valor da entidade estudantil consiste naquilo que ela conquista para o interesse coletivo e não naquilo que ela apura de valor do conjunto dos estudantes para as benesses de uns poucos. Alguns exemplos de entidades estudantis que financiam as festas de toda a diretoria com recursos ´captados` nos cofres das próprias entidades ainda mancham a imagem daqueles que estão atuando no movimento estudantil somente com a cara, a coragem e a disposição de fazer algo pelo coletivo.

Distante das entidades que forjam eleições para que seus membros continuem eternamente nos seus cargos e em nenhum momento prestam contas do que faz e ganha financeiramente, o que temos são jovens se esforçando para aproximarem a universidade dos setores mais excluídos da sociedade, que se expõem nas ruas e praças ameaçados diante da violência policial ou da incompreensão de muitos que não entendem o motivo daquela luta e da intensidade daquela revolta.

Como estudioso do tema movimento estudantil prefiro estarpresente e apoiando na intensidade da luta os que lutam ao ficar fazendo sala para os burocratas do movimento estudantil nos espaços formais da Universidade. É o que me atrai e que me faz acreditar nas mudanças de verdade, porque estes não traem as expectativas dos estudantes e dos oprimidos das lutas sociais.

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