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segunda-feira, 16 de maio de 2011

MATÉRIA: Veja como funciona o trabalho do Laboratório de Meteorologia de Pernambuco

FONTE: http://pe360graus.globo.com/noticias/cidades/meteorologia/2011/05/16/NWS,533349,4,63,NOTICIAS,766-VEJA-FUNCIONA-TRABALHO-LABORATORIO-METEOROLOGIA-PERNAMBUCO.aspx


A cada 15 minutos, as imagens de satélite chegam às telas dos computadores e informam obre as condições climáticas no Estado; Francis Lacerda explica o que tem ocasionado tantas chuvas em Pernambuco

Da Redação do pe360graus.com

A chuva castigou cidades e deixou milhares de famílias desabrigadas. O nível dos rios e das barragens subiu muito. Ruas, bairros, municípios inteiros ficaram debaixo d'água. Nos últimos 35 anos, nunca se viu um mês de abril assim no Recife. Em maio, a média também já está acima do normal.

Com tanta chuva muita gente se pergunta qual é a previsão de amanhã? E para os meses de junho e julho, que é o período mais chuvoso na região? Quem pode responder essas perguntas e outras questões, são os profissionais do Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (Lamepe).

Em uma sala do Lamepe, muitas dúvidas sobre as condições climáticas do estado de Pernambuco são esclarecidas. Sete profissionais, entre geógrafos, engenheiros agrícolas, analistas de sistema e, meteorologistas trabalham lá. A cada 15 minutos, as imagens de satélite chegam às telas dos computadores.

De acordo com a meteorologista do Lamepe, Francis Lacerda, dois fatores vêm provocando a chuva intensa nos últimos dias. A primeira são as nuvens carregadas que vem do continente africano, passando pelo Oceano Atlântico. Aqui, essas nuvens encontram uma temperatura mais alta. Essa diferença de temperatura ocasiona as chuvas torrenciais.

Já a outra explicação é a alta temperatura da água do mar da costa pernambucana. O vento que vem do Atlântico Sul, com temperaturas mais baixas, provoca a evaporação da água. Aí, as nuvens ficam carregadas. É mais ou menos como se fosse uma panela de pressão no fogo. O vapor em contato com a parede fria se transforma em gotas de água.

“As chuvas nos trópicos, principalmente na nossa região, no nosso Nordeste do Brasil, são altamente variáveis. É uma distribuição bastante complexa. Nós temos, às vezes, meses que nós temos precipitações que podem se concentram tudo num dia só ou em alguns dias. A chuva no Nordeste do Brasil não se comporta de uma forma homogênea. Elas são assim, elas vêm em bloco, em espaços, e podem cair a precipitação de um mês em poucos dias ou não, ou não chover nada em um dia”, explica Francis.

Você já deve ter ouvido falar na palavra "milímetro". Essa é referência usada pelos meteorologistas para calcular quanto choveu numa determinada região. Para entender o que isso representa, vamos fazer uma conta rápida. Por exemplo: em um metro quadrado, 50 milímetros de chuva equivalem a cinco centímetros de água.

Com esse volume daria para encher 25 garrafas plásticas, de dois litros. Nos 30 dias de abril, apenas no Recife, choveu 707 milímetros. O suficiente para encher 350 garrafas, por metro quadrado. “Então você vai somando, somando, somando. E se essa água não escoa, não escorre, ela vai se acumulando, vai ficando acumulando, vai ficando represada”, diz a meteorologista.

“A estação chuvosa começou exatamente no mês correto, no mês de abril, entretanto, começou com chuva com padrão acima do comportamento normal que é esperado, mas já era previsto. Então essa invariabilidade que é interanual de um ano para outro é muito difícil prever. Então os meteorologistas não prevêem com tanto tempo de distância”, afirma.

E a chuva acima do normal não significa que os próximos meses serão de tempo seco. “Se o período chuvoso nosso começa em abril e termina abril, maio, junho e julho, e essa previsão contempla, maio junho e julho, nós estamos praticamente no início, ou seja, depois de maio tem mais 50% do período chuvoso. Então nós aí temos aí um indicativo, uma tendência de continuidade dessas chuvas nos meses de junho e julho”, destaca Francis Lacerda.
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