Número de negros é menor do que o de brancos no ensino superior
Menos de 3% de jovens negros com mais de 16 anos frequentavam uma faculdade em 2007, segundo IBGE
da redação | 13/05/2011 15h 16
Apesar de centenas de universidades utilizarem políticas afirmativas para a ampliação do acesso da população negra ao ensino superior, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o número de negros ainda é menor que o de brancos dentro das instituições.
De acordo com o IBGE, entre 1997 e 2007 o acesso dos negros ao ensino superior cresceu, mas continua sendo metade do verificado entre os brancos. Entre os jovens brancos com mais de 16 anos, 5,6% frequentavam o ensino superior em 2007, enquanto entre os negros esse percentual era 2,8%. Em 1997, esses patamares estavam em 3% e 1%, respectivamente.
Para o professor Nelson Inocêncio da Silva, coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade de Brasília (UnB), primeira federal a implantar, em 2004, o sistema de cotas para negros no vestibular, esse número deve ter avançado desde 2007, pois hoje mais de 100 instituições públicas de ensino superior adotam algum tipo de política afirmativa.
De acordo com o último Censo da Educação Superior, realizado em 2009, 10% dos ingressos de novos alunos nas universidades públicas ocorreram por meio de sistemas de cotas. Desses, 69% usaram como critério o fato de o candidato ter ou não estudado em escola pública. Um quarto das cotas foi preenchido a partir de critérios etnorraciais.
As desigualdades de escolaridade entre negros e brancos não está presente apenas nas faculdades. Números do Censo 2010 apontam, por exemplo, que entre os 14 milhões de brasileiros com mais de 15 anos que são analfabetos, 30% são brancos e 70% são pretos ou pardos.
Vale lembrar que os dados do último Censo mostraram que em 2010 mais brasileiros se assumiram negros. Pela classificação do IBGE, 97 milhões de pessoas se dizem negras (pretas ou pardas) contra 91 milhões de pessoas brancas. Outras cerca de 2,5 milhões se consideram amarelos ou indígenas.
*Com informações da Agência Brasil
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