11/10/2011
Em seu primeiro Estudo Global sobre Homicídios, lançado no dia 6 de outubro, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) revela que o jovem do sexo masculino é o mais sujeito a ser vítima de homicídio intencional, principalmente nas Américas Central e do Sul, Caribe, e África Central e do Sul. "Enquanto 6.9 por grupo de 100.000 pessoas são assassinadas em nível mundial, a taxa de homens jovens vítimas é três vezes maior (21.1 por 100.000)”, assinala o relatório.
O estudo identifica que os homens jovens têm mais "probabilidades de possuir armas e participar de crime de rua, de guerras de gangues e cometer crimes relacionados com as drogas”.
O crime e a violência estão "fortemente” associados ao tamanho da população juvenil, especialmente nos países em desenvolvimento, revela a pesquisa.
Apesar dos homens representarem, em âmbito mundial, 80% das vítimas e dos autores de homicídios, o estudo revela um forte componente de gênero nos homicídios que envolvem mulheres. "As mulheres são assassinadas principalmente dentro de casa (...). A maioria das vítimas de violência por parte do companheiro ou familiares são mulheres”, aponta a pesquisa.
Crime e desigualdade
O trabalho estabelece também uma relação explícita entre crime e desenvolvimento. Segundo o estudo, países com grandes disparidades nos níveis de renda estão quatro vezes mais propensos a serem atingidos por crimes violentos. "A criminalidade crônica é ao mesmo tempo causa e conseqüência da pobreza, da insegurança e do subdesenvolvimento”, afirma o UNDOC.
Para Yury Fedotov, diretor executivo do Escritório das Nações Unidas, "as políticas de prevenção ao crime devem ser combinadas com o desenvolvimento econômico e social, e a governabilidade democrática”, como forma de atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
O estudo mostra que o crescimento econômico tem contribuído para evitar crimes violentos, a partir da análise dos países da América do Sul nos últimos quinze anos.
Por outro lado, "as quedas repentinas na economia podem elevar as taxas de homicídios. Em alguns países, houve mais homicídios durante a crise financeira de 2008/09, coincidindo com uma diminuição do Produto Interno Bruto (PIB), índices de preços mais altos para o consumidor e maior desemprego”, assinala a pesquisa do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.
Armas de fogo
Em 2010, 468 mil pessoas morreram assassinadas. Deste total, 36% dos assassinatos ocorreram na África, 36% na América, 27% na Ásia, 5% na Europa e 1% na Oceania. Em relação aos países, as taxas mais elevadas (superiores a 35 para cada 100 mil pessoas) encontram-se na América Latina. El Salvador, Guatemala, Belice, Honduras, Jamaica e Venezuela são alguns dos países listados nesse rol.
América Central e Caribe são as únicas regiões onde "as evidências apontam taxas de homicídios ascendentes”. Nos países dessas regiões, "um em cada 50 homens com mais de 20 anos de idade será morto antes de chegar aos 31 – estimativa centena de vezes maior do que em algumas partes da Ásia”, assinala o estudo.
Dentre os homicídios cometidos em 2010, 42% foi por arma de fogo. Na América, o total de homicídios por arma de fogo representa 74% do total. "É crucial que as medidas para a prevenção ao crime incluam políticas para a ratificação e a aplicação do Protocolo de Armas de Fogo", disse Fedotov. Hoje, o protocolo conta com 89 países signatários. UNDOC ressaltou a intenção de ajudar os países a acessar esse instrumento jurídico.
Fonte: ONU/UNODC
Enviar para o Twitter
Nenhum comentário:
Postar um comentário