OBSERVAÇÃO DO BLOG. Texto Apresentado na Conference on Technology, Culture and Memory (CTCM), set. 2011. Reproduzimos aqui só uma parte do paper.
RESUMO: O PROJUPE constitui-se num importante trabalho de resgate da memória do movimento estudantil brasileiro, pois compôs um rico painel de dados sobre a atuação da juventude brasileira no século XX. O PROJUPE conseguiu fomentar o debate público sobre a importância do tema, como constituiu um importante acervo em mídias digitais.
Palavras-Chaves: Memória. Movimentos. Estudantes. Brasil. Protagonismo.
Estratégia para a preservação e acesso à informação
Num primeiro momento da pesquisa mapeamos os acervos e construímos estratégias para a preservação e o acesso à informação de documentos que tratam do movimento estudantil brasileiro desde então. O apoio institucional de diversas instituições educacionais foi importante para que pudéssemos promover a publicação de parte da produção intelectual dos estudantes universitários, inclusive guardados em arquivos particulares. Consideramos que contribuímos para a divulgação inicial do potencial arquivístico e da importância dos estudantes entre os anos 1930 e 1980 das seguintes instituições: Escola Politécnica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro); Escola de Minas da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto); Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo); Escola de Engenharia de Pernambuco da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco); Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie; Escola de Engenharia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul); Escola de Engenharia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais); Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA); 10) Escola de Engenharia da UFF (Universidade Federal Fluminense); Centro de Tecnologia da UFC (Universidade Federal do Ceará); Centro de Tecnologia da UFPA (Universidade Federal do Pará); Escola de Engenharia da UFBA (Universidade Federal da Bahia); Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco (UPE); Escola de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF); Escola de Engenharia da USP de São Carlos.
No segundo momento ampliamos o trabalho para além das escolas de Engenharia, mas focando, sobretudo no movimento estudantil universitário nos aspectos mais nacionais. Uma atividade imprescindível para o projeto foi a criação de uma rede de pesquisadores de cunho transdisciplinar, envolvendo as áreas de História, Sociologia, Arquivística, Educação e Cultura Brasileira, com os quais dialogamos ao longo de todo o projeto.
No terceiro momento a nossa preocupação principal foi com a memória das juventudes pernambucanas, considerando que a própria UFPE precisava contribuir para o Estado em atividades dessa natureza, bem como a alta produtividade histórica da juventude em debate.
O último momento das atividades está em curso, focado principalmente na divulgação dos resultados obtidos nos projetos e o apoio intensivo à realização de novos trabalhos. Consideramos isso uma “colheita de frutos” de todo o esforço após um longo, profundo e difícil momento de coleta de dados, sistematização, redação de trabalhos e montagem de uma base de dados eletrônica, que consiste atualmente num blog (o site será desenvolvido em breve).
Foram digitalizados livros, documentos raros, fotografias e áudios das entrevistas, que foram disponibilizados em um dvd-rom e distribuídos por quase todo o País. Em seguida todo o material foi disponibilizado na “internet”, seja nos diversos blogs que criamos, seja em repositórios como o youtube.
A divulgação dos dados e os respectivos links de acesso continuam sendo feitos numa lista de mais de 50 mil e-mails que cadastramos periodicamente, bem como nas novas ferramentas que incorporamos recentemente as nossas atividades, como o twitter e o facebook.
A vantagem do blog é que podemos registrar, ao mesmo tempo, cronologicamente o desenvolvimento das atividades, com o contexto de produção do trabalho, inserindo os dados capturados em várias fontes que cotidianamente temos acessos e também precisam ser publicizadas.
O mais interessante nesse tipo de rede social na internet é que podemos divulgar a nossa própria produção acadêmica com as dos colegas que se debruçam sobre o tema, sem deixar de integrar os nossos depoentes, interlocutores, apoiadores, colaboradores ou os próprios jovens que se interessam pela história e a sociologia da juventude.
No momento buscamos integrar os principais eventos acadêmicos que acontecem em Recife com a divulgação da própria história dos jovens e das instituições com as quais dialogam ou estão envolvidos diretamente. É um trabalho que exige uma profunda atualização do nosso banco de dados, sem contar a necessidade de ficarmos “antenados” a enorme agenda de datas e atividades.
Por exemplo, em 2011 tivemos na UFPE a reinauguração do restaurante universitário, que ficou cerca de 18 anos desativado, bem como as eleições para o reitorado. Trata-se de momentos especiais onde a história da juventude é ressignificada e nos quais podemos trabalhar diversos aspectos históricos que são heranças que os nossos jovens nem sempre percebem com facilidade, pois muitas conquistas históricas trazem a marca da luta de várias gerações. Nas universidades públicas temos mais condições de dar visibilidade a esse tipo de atividade, considerando que o campus é um local privilegiado de troca de experiências e informações.
Outro aspecto a considerar é a produção própria dos movimentos estudantis no dia a dia, tanto de documentos e outros registros, como o próprio protesto público que vez ou outra promovem e necessitam do devido registro e divulgação, considerando que a preocupação para que as novas gerações possam ter acesso ao que é produzido hoje também exige um tipo de intervenção que os nossos projetos constroem nesse sentido.
Com o aparecimento de tantos outros nomes fundamentais para a compreensão da história da juventude brasileira durante a divulgação dos principais resultados do nosso trabalho, o esforço continua com a realização de novas entrevistas e o registro em vídeo de todo o trabalho que a UFPE realiza de interesse dos jovens, pois ainda identificamos enormes lacunas de registros no meio universitário que vivenciamos.
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