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sábado, 29 de outubro de 2011

OPINIÃO: Além do partidarismo das entidades estudantis (Por Otávio Luiz Machado)

A vitória da chapa "Aliança pela liberdade" no DCE da UnB e de diversas outras com a mesma proposta em Centros Acadêmicos e demais entidades estudantis pelo Brasil afora só demonstra que o modelo de partidarização,  de aparelhamento e de instrumentalização política das entidades estudantis brasileiras sofreu um esgotamento incrível nos últimos tempos.

Com a acentuação dos problemas advindos da paralisação momentânea do aumento de recursos públicos para as universidades e da própria dificuldade de correção das dificuldades de gestão oriundas dos entraves burocráticos e dos inúmeros casos de engessamento da máquina pública por causa dos editais não cumpridos ou da falta de visão de futuro de muitos gestores, o que se vê é a crescente insatisfação dos estudantes nos campus. 

A não correspondência dos grupos clássicos que dominam as entidades estudantis de longa data na base do revezamento de gestões abriu espaços para que coletivos ou grupos que se apoiam no slogan do apartidarismo e no foco das bandeiras de lutas específicas ao dia a dia dos estudantes ganhem cada vez mais a atenção nos processos eleitorais estudantis.

Até onde sei, a chapa da UnB já disputou outras eleições e ficou bem atrás dos demais concorrentes em outros momentos. Também é importante ressaltar que a conjuntura está totalmente favorável a isso, pois com os escandâlos do PC do B que respingam para tantos outros grupos, os que se apresentam como apartidários estão caindo cada vez mais no gosto do conjunto dos estudantes.

Um  outro aspecto a ressaltar é a maior circulação de informações pelas redes sociais. Até pouco tempo o estudante ia votar ou participar das eleições estudantis com muita pouca informação, mas quase sempre a sua escolha não se podia chamar de radicalmente consciente. 

É fato que entidades como a UNE e tantas outras estão totalmente desconectadas da realidade dos estudantes do País. Não se envolvem aí em assuntos fundamentais como o ENEM ou num debate robusto sobre a política nacional. 

Enquanto isso novos grupos vão surgindo e ocupando esse espaço, transformando por dentro a participação estudantil e criando uma nova cultura política. Vamos ver até onde chegaremos com isso.
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