FONTE: ASSESSORIA (De autoria de estudantes da Graduação e da Pós-graduação da Universidade Federal de Pernambuco, indignados com essa expressão de submissão docente presente no PPGE).
O que representa um quadro docente de um Programa de pós-graduação? Com essa indagação procuramos introduzir alguns aspectos que nos remetam aos hábitos percebidos dentro dessa nossa experiência enquanto membros e futuros membros do corpo discente do aludido Programa. Nesse nosso trajeto estudantil, o que se nota é que compor a matriz de Doutores desse Programa tornou-se, a nosso ver, sinônimo de submissão frente a instâncias burocráticas e ditadoras de um modelo único de (
re) produção "científica", como também expressão de execução sumária do docente pelos próprios pares. O próprio quadro de Doutores inspirado nas mais variadas raízes teórico-metodológicas, concentram-se apenas em prestar contas a um deus denominado CAPES, que a partir de 1961 passa a ficar diretamente subordinado aos mandos da Presidência da República. Nesse sentido, o que se observa nessa relação de ausência histórica e cultural de autonomia são as consequências que estão asseguradas no comportamento do já mencionado corpo docente. Quem de vós pesquisa realmente o que deseja? Quem de vós desenvolve com originalidade os trabalhos que ficam apenas ocupando os espaços mais distantes das alas não visitadas das bibliotecas? Já que há originalidade nesses trabalhos que proliferam como a Corrupção no país, por que essas produções não se tornam referências de expressão tanto nas aulas da graduação quanto da pós-graduação? Por que nós teríamos que ter um prazo imposto para pensar? Obras clássicas não foram elaboradas a partir de uma política do descarte científico. Entendemos ciência como algo mais amplo, como elemento fundamentado pelo prazer, pelo desejo fiel aos princípios que acompanham nossas permanentes histórias de luta. O Espírito que está presente hegemonicamente entre docentes é o da delação, da caça e auto-caça, da destruição. Está valendo a pena transformar um espaço científico onde poderíamos construir pesquisas que realmente pudessem contribuir com a mudança social no país, num ambiente onde todos os dias é o dia da primitiva penitência? A Lei de Talião, que compunha o Código de Hamurabi no Reino da Babilonia, fora evocada e está orientando Regimento e Resoluções do Programa, com interesses unicamente de adequar o quadro docente a determinações divinas ilustradas em deliberações que asseguram o menosprezo ao trabalho dos próprios pares. Não importa o que o outro pensa. O que tem relevância é somente a busca pela comprovação que o outro é "ser improdutivo", incapaz de disponibilizar-se para orientar pesquisas", "incapaz de coordenar disciplinas no Programa" . Que essas estratégias de sobrevivência do Programa e tentativa de elevação do nível a todo custo sejam urgentemente repensadas e refeitas para que não sobrevivam apenas enquanto corpo docente, alguns iluminados banguelas e sem os próprios olhos. Professores, respeitem-se, respeitem-nos, reajam! Não se omitam diante disso! Ainda acreditamos em vocês!
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