O bilionário Charles Feeney passou os últimos 30 anos repassando sua fortuna para universidades de todo o mundo
27 de dezembro de 2011 | 16h 30
Estadão.edu, com The New York Times
Um ex-aluno da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, doou US$ 350 milhões para ajudar a instituição a construir uma escola de pós-graduação voltada para o desenvolvimento de alta tecnologia na Ilha Roosevelt, na cidade de Nova York.
A doação partiu de Charles Feeney, de 80 anos, que ganhou bilhões de dólares com lojas do tipo duty free. O repasse ocorreu por meio da organização Atlantic Philanthropies, fundada pelo empresário.
Segundo reportagem do The New York Times, Feeney passou os últimos 30 anos doando sua fortuna a universidades de todo o mundo, com um "incomum" grau de anonimidade.
Em 2007, por exemplo, dirigentes de Cornell revelaram que o empresário havia repassado à universidade cerca de US$ 600 milhões. Ainda assim, nada no câmpus da instituição em Ithaca - cidade do Estado de Nova York - leva o nome do ex-aluno, que colou grau em 1956 pela Escola de Administração Hoteleira.
O presente de US$ 350 milhões é o maior da história de Cornell, afirma o diário nova-iorquino. O valor foi anunciado no dia 16, mas o doador não foi identificado. A confirmação do nome do benemérito só veio no dia 19, em comunicado da Atlantic Philanthropies.
Nascido em Elizabeth, New Jersey, Feeney é conhecido por sua simplicidade - ele viaja de classe econômica, não tem casa ou carro e usa um relógio de US$ 15 - e também pelo espírito filantrópico, especialmente quando se trata de financiar pesquisas médicas.
Câmpus
Cornell, em parceria com o Instituto de Tecnologia de Israel (Technion), ganhou uma árdua competição internacional para construir a escola de pós-graduação em Nova York. "Em uma palavra, este projeto será transformador", afirmou o prefeito da cidade, Michael Bloomberg, de acordo com o NY Times.
O projeto tem custo total estimado em US$ 2 bilhões. Segundo Bloomberg e os presidentes das duas universidades, no valor estão incluídos US$ 150 milhões para financiar startups que concordem em permanecer em Nova York por três anos. Também serão oferecidas aulas de reforço de matemática e ciências para 10 mil crianças e ao menos 200 professores serão treinados anualmente para dar aulas de ciências.
Estima-se que a construção do câmpus gere 20 mil empregos e 600 novos negócios na próxima geração, criando 30 mil novos postos de trabalho e arrecadação de US$ 1,4 bilhão.
As universidades prometem começar as atividades da primeira turma em setembro de 2012, num espaço improvisado. Os planos são de ter 280 docentes e 2,5 mil alunos de mestrado e doutorado.
Cornell e Technion pretendem organizar o câmpus segundo o tripé tecnologia para conectividade, indústria da assistência médica e desenvolvimento sustentável.
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