OITO disparos, OITO apertos no gatilho, mais UMA mulher morta, quanta CERTEZA, quanta FRIEZA, quanta COVARDIA. Não alimentemos o monstro com ódio, raiva, rancor, frustração... Essa seria uma postura passiva, só mudaríamos o foco do real problema. Uma discussão se apudera do pano de fundo deste tipo de violência que não pára: até que ponto a LEI MARIA DA PENHA está tendo efeitos reais quanto ao seu objetivo? A pena destinada a violência doméstica está sendo suficiente para impedir que companheiros violente suas companheiras? NÃO. OS HOMENS NÃO ENTENDERAM PORQUE DEVEM DEIXAR UM CORPO O QUAL NÃO LHES PERTENCEM. CHEGA!
Não nos perguntemos o que ele merece, mas sim se o que NÓS merecemos, é isso. Essa não é uma questão pessoal, vai muito além de um crime passional, é uma projeção de uma cultura carregada de machismos, ONDE A MULHER DEVE SEGUIR A VONTADE DO HOMEM CUSTE A FORMA DE ADESTRAMENTO QUE CUSTAR! CHEGA!
Por mais que se grite que o “Machismo Mata”, até acontecerem casos como o da nossa querida colega Izaelma Tavares (que faleceu, nesta tarde http://www.diariodepernambuco.com.br/nota.asp?materia=20111209174116), professora e estudante de Direito da Unicap (http://www.diariodepernambuco.com.br/nota.asp?materia=20111205072847), A SOCIEDADE PARECE NÃO ENXERGAR ISSO. CHEGA!
Os casos das Izaelmas não são casualidades como a batida da ambulância, mas sim problemas cotidianos; muitas mulheres são espancadas, violentadas e oprimidas todos os dias, muitas mulheres precisam seguir um padrão de comportamento que se adapte aos padrões machistas de sociedade. Existe um código de conduta que a mulher precisa seguir para ser bem vista socialmente, como por exemplo: tem que ser sensível, tem que saber cozinhar, tem que arrumar uma casa, tem que fazer sexo quando não deseja se não É ESTUPRADA POR SEUS COMPANHEIRO, não acabar um casamento contra a vontade do marido POIS ELE PODE ATIRAR OITO VEZES EM VOCÊ. Enfim, tudo parece bárbaro demais, mas na mesma proporção nos parece bem familiar! É assim que está montada nossa sociedade hoje. CHEGA!
Quando não se depara com casos tão extremos e revoltantes quanto o de Izaelma a sociedade fecha os olhos se cita ditado popular: em briga de marido e mulher ninguém mete a colher.MENTIRA! AONDE INFRINGIREM OS DIREITOS HUMANOS TODOS NÓS E O ESTADO TEM TOTAL LEGITIMIDADE DE SE METER! Quantas mulheres apanham de seus maridos embriagados? Quantas mulheres precisam entrar em um padrão por medo de retaliações? Quantas mulheres são perseguidas por ex-maridos? Quantas mulheres são estupradas na sua própria casa, pelo seu próprio marido, namorado, companheiro e afins? CHEGA!
Estamos fartas dessas injustiças, queremos uma sociedade justa e igualitária, somos cidadãs e queremos ser tratadas como tal. Quantas Elóas, Izaelmas, Marias, vão precisar (deixar de) existir para conscientizar as pessoas que o MACHISMO MATA? CHEGA!
As mulheres violentadas recorrem as autoridades, representadas pela polícia, muitas chegam nas delegacias e são atendidas por outros homens tão machistas e insensiveis quanto aquele que a violentou. Fica a dúvida, como podemos nos sentir protegidas se o próprio ESTADO não nos oferece real segurança da nossa dignidade? QUANTOS EDUARDOS OCUPAM CARGOS DE POLÍCIA? (Eduardo Moura é policial e civil, ex-marido de Izaelma e acusado de ter efetuados os disparos e sequestrado o seu filho por não aceitar o fim de relacionamento). CHEGA!
Munidos desse sentimento DE REVOLTA que nos solidarizamos e enviamos todo nosso carinho, bem querer, apoio aos familiares de Izaelma Cavalcante Tavares. Mas, mais que isso, gritamos para toda a sociedade que CHEGA! Chega de MEDO, chega de ESTUPROS, chega de MORTES, chega de VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA, chega de AMEAÇA, chega de ESPANCAMENTOS, chega de MACHISMO! E essa luta definitivamente é de todos nós. NÓS NÃO MERECEMOS UMA SOCIEDADE COM IPODS E IPADS E COM HOMENS QUE AINDA VIVAM NA LEI DO MAIS FORTE! Até porque sozinha, pode ser que sejamos apenas flores, mas juntas somos primaveras.
Neste sentido, também, é que convocamos toda a sociedade para esta luta contra o MACHISMO, esta luta que deve ser todo dia nas nossas relações com os (as) nossos (as) companheiros(as), nossa família, na escola, no ônibus, na universidade, no trabalho para combatermos esta opressão que mata e marginaliza meninas, moças e mulheres! Chega de panelinhas para nossas filhas, definitivamente não nascemos destinadas a arrumar a casa, nosso destino deve ser opção e não regra. Chegamos até aqui porque muitas outras mulheres foram mortas, esquecemos de tudo isso? Hoje nós podemos fazer uma escolha. E A NOSSA ESCOLHA FOI QUE CHEGA DE VIOLÊNCIA! E VOCÊ? A PRÓXIMA VÍTIMA PODE SER QUALQUER UMA.
Mulheres empoderem-se! Homens nos respeitem e nos sigam!
Professora e colega de curso, pena que mais uma vida se perde em meio ao machismo, e parece que nada aconteceu!
Provocamos o Poder Público, o Governo do Estado, o Ministério Público de Pernambuco, a OAB/PE, a justiça pernambucana que não apenas apurem com todo rigor mais um assassinato contra mulheres, mas desenvolva junto com a sociedade pilares de superação desta opressão!
Diretório Acadêmico Fernando Santa Cruz de Direito da Unicap, gestão MUDA DIREITO
O movimento estudantil está aqui atento, presente e combativo!
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