Total de visualizações de página

sábado, 19 de março de 2011

MATÉRIA As redes sociais de internet conseguiram expandir e facilitar um desejo inerente a quase todo ser humano, que é o de expressar opinião e protestar. Se antes existiam barreiras como o medo de ser censurado ou a questão do pouco alcance para o discurso, barreiras estas que, historicamente, foram derrubadas por personalidades como Martin Luther King e Mahatma Gandhi, hoje, com a internet, elas se enfraqueceram. “As redes sociais estão tendo vida própria. Cada indivíduo cria seus movimentos e grupos, e cada grupo tem suas próprias reivindicações sociais. Hoje, as pessoas denunciam, emitem opiniões políticas, econômicas e do cotidiano sem tanto medo de serem censuradas. E estas discussões podem ser facilmente expandidas para um círculo bem maior do que apenas seu grupo de amigos”, afirma o diretor executivo da rede social educacional Redu, Anderson Duarte.


Internet amplificando o ato de opinar
Velocidade e facilidade no engajamento incentivam a discussão

Internet amplificando o ato de opinar
Velocidade e facilidade no engajamento incentivam a discussão

 As redes sociais de internet conseguiram expandir e facilitar um desejo inerente a quase todo ser humano, que é o de expressar opinião e protestar. Se antes existiam barreiras como o medo de ser censurado ou a questão do pouco alcance para o discurso, barreiras estas que, historicamente, foram derrubadas por personalidades como Martin Luther King e Mahatma Gandhi, hoje, com a internet, elas se enfraqueceram. “As redes sociais estão tendo vida própria. Cada indivíduo cria seus movimentos e grupos, e cada grupo tem suas próprias reivindicações sociais. Hoje, as pessoas denunciam, emitem opiniões políticas, econômicas e do cotidiano sem tanto medo de serem censuradas. E estas discussões podem ser facilmente expandidas para um círculo bem maior do que apenas seu grupo de amigos”, afirma o diretor executivo da rede social educacional Redu, Anderson Duarte.
Para Anderson, vivemos hoje em um mundo “mais exposto”, com uma geração de jovens que fazem questão de escolher, que fazem questão de ter ampla opção de escolhas, seja com produtos, seja com assuntos ou ainda com ideias. “Também é uma geração que deseja velocidade, e isso se reflete na formação da opinião. Muitas vezes ela se engaja em movimentos sem uma discussão mais profunda”, comenta Anderson quando questionado sobre o movimento “Fora Sarney” que tomou conta da internet, mas que não atingiu as ruas com a mesma força.
A explicação para Anderson da diferença entre o movimento dentro do ambiente online e o offline é baseada na essência e funcionamento das redes sociais e dos atores que atuam nela. “Esta geração formada com a internet e as redes trabalha mais na influência, na forma de cativar mais pessoas para abraçarem suas causas. E eu não vejo isso como uma forma de acomodação. Eles estão apenas agindo dentro de um ambiente que consideram mais livre. Acomodação seria se eles não estivessem omitindo opiniões”.
 
 Dario: “Pensamento coletivo pode subjulgar o pessoal”

O professor de jornalismo e novas tecnologias da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e Faculdade Maurício de Nassau, Dario Brito, concorda com a opinião de que a internet expande o alcance das mobilizações sociais. “As mobilizações sempre existiram. O que muda agora é que a internet tornou-se um meio que amplifica esta discussão. O tempo que existia para reunir pessoas dentro de um mesmo ideal é encurtado”.
Mas Dario também alerta: “Temos que analisar que tão rápido quanto começa, estes novos movimentos sociais através das redes também podem acabar. Tudo fica sendo meio instantâneo. Um assunto pode ser a coisa mais importante do mundo até aparecer um novo e o anterior ser deixado de lado. De vez em quando, a vontade é apenas de fazer parte da coletividade, de questionar por questionar porque os outros também estão questionando”.
Um exemplo desta situação foi o caso dos alunos do Colégio Arquidiocesano, de São Paulo, que conseguiram apoio contra o aumento dos preços da cantina do colégio de pessoas que não tinham nada a ver com a instituição de ensino. Por um dia, o protesto chegou até os tópicos mais comentados mundialmente no Twitter. No outro, pouca gente continuava apoiando a causa.
Dario explica que, várias vezes, o pensamento coletivo acaba subjulgando o pessoal. “O indivíduo para de pensar individualmente e passa a pensar dentro da massa. E em toda a massa que se forma existem os hipnotizadores e os hipnotizados. Na internet e nas suas redes socais não é diferente”.
O professor do departamento de psicologia da UFPE, Luciano Meira, aponta mais um detalhe: “É muito fácil dar um clique, retuitar alguma coisa que outra pessoa falou. As pessoas acabam fazendo coisas online que não fariam offline. Ainda existe a ideia de que o mundo virtual não é o mesmo do mundo real, o físico”.
Enviar para o Twitter

Nenhum comentário:

Postar um comentário