FONTE:
http://portal.aprendiz.uol.com.br/2011/10/31/em-nota-professores-da-usp-criticam-politica-de-seguranca-da-reitoria/
Raiana Ribeiro - 31/10/11
Um grupo de cerca de 400 pessoas protestou contra repressão da Polícia Militar a estudantes da Universidade de São Paulo (USP), em frente à reitoria do campus Butantã, na noite desta segunda feira (31/10). Depois do ato, os manifestantes realizaram uma passeata pela cidade universitária.
Os participantes reivindicavam a retirada da PM do campus e o fim do convênio firmado entre a USP e a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), após a morte do estudante Felipe Ramos de Paiva, em maio deste ano.
Durante a tarde, a Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp) emitiu uma nota sobre os últimos acontecimentos envolvendo estudantes da Universidade e a PM. De acordo com o texto, o uso de bombas e cassetetes para reprimir a manifestação de alunos, “configuram-se como um desastre antecipadamente anunciado”.
Veja também:
- Confira imagens de aluno da USP sobre a operação policial realizada na faculdade nesta quinta
- PM não teria evitado morte na FEA, dizem professores e estudantes
Para os professores, a universidade deveria ter um contigente de funcionários treinado para atuar na área da segurança e “formado por valores humanitários e democráticos”. “Para tanto, é necessário que invista na formação de funcionários aptos a atuar nesse espaço, mostrando que casa educativa não é lugar de polícia”, sugere o documento.
Os docentes ainda criticaram a reitoria pela falta de políticas “sérias” de segurança e convívio, afirmando que a administração da universidade “opta por estimular o autoritarismo, delegando à Polícia Militar esse papel”.
Outro lado
Um evento criado no Facebook por alunos que defendem a presença da PM na universidade, convida os demais apoiadores a se manifestarem nesta terça-feira (1º/11), às 17h, na Praça do Relógio.
“Somos estudantes, somos trabalhadores, somos a maioria. E EXIGIMOS SEGURANÇA! A minoria contra tudo e todos não pode nos impedir de querer o que é nosso de direito!”, afirma a descrição do evento.
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Os participantes reivindicavam a retirada da PM do campus e o fim do convênio firmado entre a USP e a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), após a morte do estudante Felipe Ramos de Paiva, em maio deste ano.
Durante a tarde, a Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp) emitiu uma nota sobre os últimos acontecimentos envolvendo estudantes da Universidade e a PM. De acordo com o texto, o uso de bombas e cassetetes para reprimir a manifestação de alunos, “configuram-se como um desastre antecipadamente anunciado”.
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Para os professores, a universidade deveria ter um contigente de funcionários treinado para atuar na área da segurança e “formado por valores humanitários e democráticos”. “Para tanto, é necessário que invista na formação de funcionários aptos a atuar nesse espaço, mostrando que casa educativa não é lugar de polícia”, sugere o documento.
Os docentes ainda criticaram a reitoria pela falta de políticas “sérias” de segurança e convívio, afirmando que a administração da universidade “opta por estimular o autoritarismo, delegando à Polícia Militar esse papel”.
Outro lado
Um evento criado no Facebook por alunos que defendem a presença da PM na universidade, convida os demais apoiadores a se manifestarem nesta terça-feira (1º/11), às 17h, na Praça do Relógio.
“Somos estudantes, somos trabalhadores, somos a maioria. E EXIGIMOS SEGURANÇA! A minoria contra tudo e todos não pode nos impedir de querer o que é nosso de direito!”, afirma a descrição do evento.
Um desastre anunciado
Os fatos ocorridos no dia 27/10 no campus Butantã da Universidade de São Paulo (USP), quando a Polícia Militar (PM-SP) fez uso de bombas e cassetetes para reprimir manifestação de alunos, configuram-se como um desastre antecipadamente anunciado.
Agora, estudantes ocupam o prédio da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, e condicionam a sua desocupação à rescisão do convênio recentemente celebrado entre a USP e a Secretaria da Segurança Pública (SSP), bem como ao fim da criminalização, pela Reitoria, de diversos funcionários e estudantes, os primeiros ameaçados de demissão e os segundos de “eliminação” da universidade.
O campus do Butantã faz parte do espaço urbano da cidade de São Paulo e não está imune às prerrogativas de convivência social, ainda que com suas especificidades. A USP pode e deve se organizar de forma democrática, mostrando à sociedade que a importância do respeito à diversidade (que é uma característica da universidade) impõe o exercício da tolerância e não o do autoritarismo e da truculência.
O polêmico convênio entre USP e SSP, firmado no calor do trágico episódio do assassinato de um aluno da Faculdade de Economia e Administração, suscitou desde o início uma série de preocupações quanto ao risco de graves conflitos entre a PM-SP e estudantes.
A USP, por ser uma instituição pública educativa, tem o dever de garantir as liberdades democráticas. Espera-se de uma instituição educativa que seja exemplar no trato civilizado com a diversidade que caracteriza qualquer sociedade, o que envolve respeito às relações trabalhistas, transparência na prestação de contas sobre o uso de verbas públicas, adequação de sua organização e funcionamento, consoante aos interesses da sociedade.
A USP pode e deve constituir e manter um contingente de funcionários que realize a segurança em seu território, devidamente preparado, formado por valores humanitários e democráticos para o convívio com a diversidade que a torna singular. Para tanto, é necessário que invista na formação de funcionários aptos a atuar nesse espaço, mostrando que casa educativa não é lugar de polícia. Mas não é isto que temos visto.
Ao invés de assumir a responsabilidade pela condução de políticas sérias de segurança e de convívio na universidade, respaldadas pela comunidade, a Reitoria opta por estimular o autoritarismo, delegando à Polícia Militar esse papel, em flagrante violação do ethos universitário.
São Paulo, 31 de outubro de 2011
Diretoria da Adusp
Os fatos ocorridos no dia 27/10 no campus Butantã da Universidade de São Paulo (USP), quando a Polícia Militar (PM-SP) fez uso de bombas e cassetetes para reprimir manifestação de alunos, configuram-se como um desastre antecipadamente anunciado.
Agora, estudantes ocupam o prédio da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, e condicionam a sua desocupação à rescisão do convênio recentemente celebrado entre a USP e a Secretaria da Segurança Pública (SSP), bem como ao fim da criminalização, pela Reitoria, de diversos funcionários e estudantes, os primeiros ameaçados de demissão e os segundos de “eliminação” da universidade.
O campus do Butantã faz parte do espaço urbano da cidade de São Paulo e não está imune às prerrogativas de convivência social, ainda que com suas especificidades. A USP pode e deve se organizar de forma democrática, mostrando à sociedade que a importância do respeito à diversidade (que é uma característica da universidade) impõe o exercício da tolerância e não o do autoritarismo e da truculência.
O polêmico convênio entre USP e SSP, firmado no calor do trágico episódio do assassinato de um aluno da Faculdade de Economia e Administração, suscitou desde o início uma série de preocupações quanto ao risco de graves conflitos entre a PM-SP e estudantes.
A USP, por ser uma instituição pública educativa, tem o dever de garantir as liberdades democráticas. Espera-se de uma instituição educativa que seja exemplar no trato civilizado com a diversidade que caracteriza qualquer sociedade, o que envolve respeito às relações trabalhistas, transparência na prestação de contas sobre o uso de verbas públicas, adequação de sua organização e funcionamento, consoante aos interesses da sociedade.
A USP pode e deve constituir e manter um contingente de funcionários que realize a segurança em seu território, devidamente preparado, formado por valores humanitários e democráticos para o convívio com a diversidade que a torna singular. Para tanto, é necessário que invista na formação de funcionários aptos a atuar nesse espaço, mostrando que casa educativa não é lugar de polícia. Mas não é isto que temos visto.
Ao invés de assumir a responsabilidade pela condução de políticas sérias de segurança e de convívio na universidade, respaldadas pela comunidade, a Reitoria opta por estimular o autoritarismo, delegando à Polícia Militar esse papel, em flagrante violação do ethos universitário.
São Paulo, 31 de outubro de 2011
Diretoria da Adusp
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