Clipping - 23/11/11
Uma nova assembleia dos estudantes da USP está prevista para ocorrer nesta quarta-feira, 23, na Escola Politécnica (Poli). Parte dos alunos está em greve desde o dia 8 em resposta à ação da Polícia Militar para cumprir ordem judicial de reintegração de posse do prédio da reitoria, na Cidade Universitária, zona oeste da capital. O edifício-sede havia sido ocupado por manifestantes contrários à presença da PM no câmpus.
A reunião deve começar às 18h. Pela manhã, alguns alunos pretendem distribuir panfletos na saída da Estação Butantã do Metrô, a mais próxima da USP.
Na última assembleia, realizada no dia 17 na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), cerca de 3 mil estudantes, segundo o DCE, aprovaram uma mudança em outro eixo do movimento grevista. Além de pedir a saída do reitor João Grandino Rodas, os alunos querem uma “estatuinte soberana” imediata.
Também foi aprovada por aclamação a proposta de adiar para 2012 as eleições para a diretoria do DCE. Pelo estatuto da entidade, tal deliberação só cabe ao Conselho de Centros Acadêmicos. Uma das chapas protestou, mas não anunciou medidas para tentar reverter a decisão.
‘Aula de democracia’
Na quinta-feira, os estudantes vão fazer uma nova passeata pelas ruas de São Paulo. A concentração será às 14h, na Praça Oswaldo Cruz, de onde os manifestantes sairão em marcha pela Avenida Paulista até o Masp. No vão livre do museu, os alunos dizem que vão promover uma “aula de democracia”. “Lá mostraremos ao governador Geraldo Alckmin que, se há alguém precisando de aulas de democracia, esse alguém é ele”, afirma o convite para o evento no Facebook.
Foram convidados para a aula pública movimentos sociais, intelectuais e o próprio governador. No dia da desocupação da reitoria por policiais militares, Alckmin falou que alguns alunos da USP precisavam de uma “aula de democracia”.
Pautas
Os estudantes em greve pedem a saída da PM do câmpus, a revogação do convênio entre reitoria e Secretaria de Segurança Pública que intensificou o policiamento na Cidade Universitária, a renúncia do reitor João Grandino Rodas e a retirada de processos contra os chamados “presos políticos” – 72 pessoas detidas pela polícia na ação de reintegração de posse da reitoria.
A crise na USP começou depois que três alunos da Geografia foram abordados por policiais porque estavam com maconha. Colegas tentaram impedir que os estudantes fossem levados à delegacia e houve confronto. Em protesto contra a ação da PM, um grupo de alunos resolveu invadir o prédio administrativo da FFLCH, depois desocupado para a invasão da reitoria.
Os sindicatos dos professores e dos funcionários da universidade não aderiram à greve estudantil.
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