03.novembro.2011 15:44:07
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP critica a ocupação da Reitoria. “Infelizmente, um setor minoritário do movimento, derrotado [em] votação, agiu de forma antidemocrática ao ocupar a reitoria”, diz nota publicada nesta manhã, “deslegitimando o debate feito no fórum de assembleia. A gestão do DCE-Livre da USP entende que tais práticas deslegitimam as instâncias do movimento e não contribuem para uma atuação consequente, democrática e de luta”.
Uma assembleia realizada na noite de terça-feira (1º de novembro) votou pela desocupação do prédio administrativo da Faculdade de Filosofia (FFLCH), iniciada no começo de sexta, 28 de outubro. Mesmo assim, manifestantes iniciaram outra reunião, com quórum menor, e votaram pela ocupação do prédio da Reitoria – invadida minutos depois.
Apesar da crítica à ocupação, o DCE também não concorda com a reintegração. “A ação de reintegração de posse, pronunciada pela reitoria, só contribui para aumentar o impasse, expressando a indisposição ao diálogo em solucionar a questão”, diz a nota. Leia a íntegra:
“O DCE-Livre da USP compreende que o impasse colocado hoje na universidade é uma resposta à falta de diálogo do reitor João Grandino Rodas que optou por militarizar os campi de maneira impositiva, sem aferir a opinião da comunidade universitária.
Na última terça-feira, dia 1 de novembro, 1200 estudantes se reuniram no vão do prédio da História e Geografia para debaterem sobre o tema da segurança pública na universidade e quais seriam os próximos passos do movimento estudantil. Entre os participantes, alunos de várias áreas do conhecimento, cursos e campi, tornando a assembleia em um espaço bastante representativo.
Muitos estudantes defenderam um projeto alternativo de segurança ao implementado pela atual reitoria. A opinião expressa pela maioria daqueles que estavam na assembleia era de que a Polícia Militar no ambiente universitário não corresponde a mais segurança. Ao contrário, a comunidade universitária se sente mais intimidada, devido as constantes revistas e batida (sic) policial (sic). Por isso, posicionam-se contra a presença da PM na universidade, reivindicando um programa de segurança construído pelo movimento estudantil, contendo: melhoria da iluminação; aumento do número de ônibus, itinerários e circulares; guarda universitária, constituída por funcionários de carreira, de caráter preventivo e com formação compatível com direitos humanos; criação de um efetivo feminino de guardas, capacitadas para o atendimento de vítimas de assédio sexual e estupro.
Ao fim da assembleia, aprovou-se a desocupação do prédio da Administração da FFLCH, acompanhado de um calendário de debates e atividades para ampliar a discussão sobre a segurança pública com o conjunto da comunidade acadêmica. Uma das iniciativas é a realização de um ato na reitoria, no dia 8 de novembro, durante a realização do Conselho Universitário para levarmos nossas pautas.
Infelizmente, um setor minoritário do movimento, derrotado nesta votação, agiu de forma antidemocrática ao ocupar a reitoria, deslegitimando o debate feito no fórum de assembleia. A gestão do DCE-Livre da USP entende que tais práticas deslegitimam as instâncias do movimento e não contribuem para uma atuação consequente, democrática e de luta. É necessário que haja unidade do movimento estudantil para combatermos o projeto privatizante e excludente realizado pelo governo estadual e pela reitoria.
A diretoria do DCE-Livre da USP entende que a ação de reintegração de posse, pronunciada pela reitoria, só contribui para aumentar o impasse, expressando a indisposição ao diálogo em (sic) solucionar a questão. Defendemos que haja uma solução para esta situação sem que se tenha represálias, punições e processos administrativos aos envolvidos”.
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