Emília Silberstein/UnB Agência |
Davi Brito: "Ainda discutiremos a melhor forma de implementar o parlamentarismo" |
Discurso dos vencedores enfatiza liberdade e busca por consenso. Vaias e aplausos marcaram a recepção ao novo Diretório
Henrique Bolgue - Da Secretaria de Comunicação da UnB
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Os representantes da chapa Aliança pela Liberdade tomaram posse oficialmente no comando do Diretório Central dos Estudantes (DCE) na tarde desta terça-feira, 1 de novembro. A cerimônia aconteceu em reunião do Conselho de Entidades de Base (CEB) - que reúne os Centros Acadêmicos da Universidade - e foi muito mais concorrida que o normal. Cerca de 200 pessoas compareceram ao auditório 11 do Instituto Central de Ciências.
O novo DCE assume em meio a pressões da oposição, que parece deixar de lado as divergências das eleições para unir-se na crítica aos novos representantes. Embora com um discurso conciliador, enfatizando a busca do consenso, os novatos foram vaiados algumas vezes.
“Mesmo sem oposição, seria uma administração difícil”, admite Davi Brito, estudante do 5º semestre de Direito, presidente da Aliança e um dos coordenadores da nova gestão. Ele afirma que esperava divergências ainda maiores, como uma eventual contestação de legitimidade da vitória por conta da baixa porcentagem de votos (22,13%), o que não ocorreu.
LIBERDADE - No discurso de posse, Davi enfatizou que lutará pela democracia e lembrou o estudante Honestino Guimarães, que dá nome ao Diretório. “Assumimos publicamente a luta de Honestino pela liberdade”, disse. Reafirmou mais de uma vez que estão abertos para o diálogo com todos os estudantes. A Aliança elegeu como prioridade a luta por assistência estudantil e o incentivo à pesquisa e ao empreeendedorismo, ressaltando a união com entidades privadas. Para provar que não são ligados a partidos, apresentaram certidões do Tribunal Superior Eleitoral provando a não-vinculação dos integrantes.
Davi ratificou a proposta de instaurar o parlamentarismo no DCE em busca de participação mais direta dos estudantes da UnB na gestão. “O maior problema não é que poucos escolheram nossa chapa, mas que 25 mil alunos não votaram nas eleições”, disse Davi. Ele afirmou que é preciso repensar o atual modelo de funcionamento do CEB, que, em sua opinião, leva a reuniões esvaziadas e desorganizadas. “É uma entidade representativa formalmente, mas não na prática”, disse. "Ainda discutiremos a melhor forma de implementação do parlamentarismo", diz Nilton Carlo, um dos coordenadores do DCE.
Leia aqui o discurso completo.
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DIFICULDADES - Representantes de outras chapas que concorreram às eleições consideram a missão complicada. “Acho que dificilmente isso passa pela Assembleia dos Estudantes”, disse Diógenes Gomes, do 8º semestre de Ciência Política e integrante da gestão de 2008/2009. Ele explicou que, para que esse tipo de sistema seja implantado nas próximas administrações, é preciso mudar o estatuto do DCE. "Eles podem adotar esse sistema durante a gestão deles, mas para mudar o estatuto só com decisão da Assembleia dos Estudantes (que reúne todos os alunos da universidade) contando com quórum de 10%", afirma. “A última vez que conseguimos essa participação foi durante a ocupação da reitoria”, lembra.
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Nova gestão do DCE dará prioridade a luta por assistência estudantil |
As diferenças ideológicas ficaram claras durante a posse. Logo no começo da cerimônia, o presidente da comissão eleitoral, Heitor Zanini, ressaltou o papel da impressa na cobertura das eleições. Foi aplaudido por boa parte da “oposição” ao DCE quando chamou o colunista da revista Veja, Reinaldo Azevedo, de “fascista”. Em resposta, Davi Brito deixou clara a posição conciliatória da nova gestão. “Assim como repudiamos quem chama esquerdistas de narcotraficantes, não podemos rotular Reinaldo Azevedo de fascista”, disse, em meio a vaias da “oposição” e aplausos dos apoiadores
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