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quarta-feira, 13 de abril de 2011

MATÉRIA: UM TIRO. FIM DE UM SONHO

FONTE: http://www.folhape.com.br/index.php/edicao-de-hoje/631444-um-tiro-fim-de-um-sonho

A busca por um cavalo branco fez com que a estudante da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Fernanda Patrícia Veras Mateus, de 26 anos, chegasse até a Estrada de Chã de Peroba
, no bairro de Aldeia, em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Ela pretendia tirar fotografias para o Projeto de Conclusão do Curso de Comunicação Social/Radialismo e TV e terminou sendo vítima de um latrocínio (assalto seguido de morte), ao pedir informações para dois desconhecidos que passavam pelo local.
Fernanda estava com a amiga Lorena Maria Cavalcanti de Albuquerque, 25, que conduzia o Astra preto em que as duas estavam. Em conversa informal com policiais do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Lorena contou que a amiga se recusou a entregar a bolsa para os criminosos, comentando que eles não estariam armados. Ao perceber que Fernanda havia sido baleada, Lorena jogou a bolsa para os assaltantes, que foram embora, e fez a volta rapidamente com o veículo. “Vim gritando e pedindo socorro com ela ferida do meu lado. Parei no meio da rua pedindo ajuda e o homem disse que não iria ajudar. Tentei ligar para o 190 e ninguém atendeu. Eu estava sozinha, no meio do mato, e se aqueles homens quisessem voltar?”, questionou Lorena.
A universitária comentou que, em 2005, ela e a amiga votaram a favor do desarmamento, quando 60% da população votou contra a proibição da venda de armas no Brasil. “Por que ainda tem gente armada? Na semana passada morreram 12 crianças no Rio de Janeiro e hoje (ontem) morreu Fernanda. Ela era diretora e atriz do nosso trabalho”, disse, emocionada, enquanto era amparada pela mãe e pelo pai, o programador Túlio Figueiredo de Albuquerque.
O pai de Lorena foi uma das primeiras pessoas a receber a notícia e seguiu imediatamente para o local do crime, onde encontrou a filha em estado de choque, e a amiga dela sem vida. “Ela era muito amiga da minha filha. As duas estudavam juntas há no mínimo quatro anos. Não sei muito sobre o trabalho que elas estavam fazendo, mas tinha a ver com uma noiva e um cavalo branco. Elas conseguiram o vestido emprestado com uma loja grande e vieram atrás do cavalo branco”, destacou o programador.
As investigações foram iniciadas pelo delegado Josedite Ferreira, plantonista na Força Tarefa Norte do DHPP, e devem ser repassadas para a Delegacia de Camaragibe. Lorena e um caseiro que trabalha na localidade prestaram depoimentos ontem. Outras testemunhas devem ser ouvidas ainda hoje. Um dos suspeitos foi descrito como um homem magro e moreno, que trajava uma camisa polo azul. A mãe da vítima não acreditou na notícia que recebeu da polícia por telefone, no final da tarde.
À noite, o delegado Josedite Ferreira voltou a entrar em contato com ela. “Infelizmente, a filha dela foi pegar informações com dois bandidos e isso (crime) terminou acontecendo. Mas a gente vai fazer de tudo para descobrir quem fez isso mais rápido possível”, afirmou, em conversa telefônica.
De acordo com a perícia preliminar, foi identificado um ferimento na região facial, ao lado direito do nariz da vítima. “O projétil ficou alojado no crânio. Tudo leva a crer que foi utilizado um revólver de calibre 38, mas apenas o laudo do IML poderá determinar isso”, destacou o perito papiloscopista Gaudêncio Aguiar.
VELÓRIO
O corpo de Fernanda começou a ser velado ontem à noite na capela central do Cemitério de Santo Amaro. O enterro está marcado para as 15h de hoje.
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