A comunidade acadêmica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realizou ontem pela manhã uma pausa nas atividades para prestar homenagens aos colegas de instituição que foram vítimas da violência. No hall do Centro de Convenções na Cidade Universitária, professores, alunos, amigos e familiares fizeram um pedido pela paz, a fim de que os orgãos competentes e a sociedade, abram os olhos para o caos que está trazendo cada vez mais a tristeza para dentro das famílias. Uma celebração ecumênica lembrou as mortes dos estudantes Alcides Nascimento e Fernanda Mateus, do professor Hélio Menezes, e do funcionário Jackson Ramos, assassinado no mesmo dia em que Alcides.
As mães de Alcides e Fernanda permaneceram juntas durante todo o evento, e se emocionavam quando os nomes dos filhos eram citados nas homenagens dos participantes. Dividindo a dor da perda, as duas falaram sobre os sonhos que foram interrompidos pela criminalidade. “Sinto falta daquela menina batalhadora, esforçada e que tinha vontade de mudar essa realidade tão cruel. Fernanda era uma pessoa que lutava pela paz, e sabia a necessidade de propagar essa ideia”, falou a mãe da estudante, Patrícia Veras.
Já Maria Luíza do Nascimento, mãe de Alcides, contou que a saudade do filho continua, e que ainda se perturba com tudo o que aconteceu. “Essa dor nunca passa. Sinto falta do abraço, do beijo, do carinho. Os criminosos não conhecem nossa tristeza e por isso acabam com o sonho de quem quer vencer na vida”. Elas fizeram uma apelo à Justiça para impedir que perdas como essas continuem acontecendo.
Um pequeno coral formado por funcionários da UFPE sob a regência do diretor de Extensão Acadêmica, Ivan Melo, cantou algumas músicas que expressam um pedido de caridade e amor ao próximo. O acadêmico José Mário Austregésimo, que foi professor de Fernanda, disse que as instituições de ensino estão perdendo talentos por conta da violência. “A falta de inclusão e de justiça social está impedindo que a juventude progrida à sua condição. A sociedade está cometendo um erro ao se esforçar apenas para não ser atingida pela violência”, informou o professor.
Lucas Santana
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