Ensino médio ruim e dominância de cursos particulares travam acesso à universidade
Da Redação*
Ensino médio ruim e maioria das vagas dos cursos superiores em instituições privadas. Estes são dois dos principais entraves para o brasileiro ingressar no ensino superior, segundo a pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Elizabeth Balbachevsky. O país ficou em ultimo lugar em um ranking de acesso à universidade, com 36 países.
Em 2008, apenas 11% dos brasileiros entre 25 e 64 anos tinham diploma universitário, taxa menor que a média dos demais países da classificação, que é de 28%. O levantamento foi feito pelo especialista em análise de dados educacionais, Ernesto Faria, a partir do relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O diagnóstico de Elizabeth lembrou que menos da metade dos jovens de 15 a 17 anos está cursando o ensino médio. A maioria ou ainda não saiu do ensino fundamental ou abandonou os estudos. Segundo ela, em entrevista à Agência Brasil, ao contrário de outros países emergentes, no Brasil a população jovem que consegue terminar o ensino médio [e que teria condições de avançar para o ensino superior] é muito pequena.
Outro agravante é a dificuldade para pagar os estudos. Como 75% das vagas em cursos superiores estão nas instituições privadas, Elizabeth defende que a questão financeira ainda influencia o acesso. “Na China, as vagas do ensino superior são todas particulares. Na Rússia, uma parte importante das matrículas é paga, mas esses países desenvolveram um esquema sofisticado de financiamento e apoio ao estudante”, disse. Chegam a 54% dos russos, entre 25 e 64 anos, graduados, segundo a pesquisa.
O secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC), Luiz Cláudio Costa, afirmou que já houve evolução no Brasil, destacando que o número anual de formandos triplicou na ultima década. “Como saímos de um patamar muito baixo, o nosso progresso, apesar de ser significativo, ainda está distante da meta que precisamos ter”, avaliou.
Meta do PNE
O próximo Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece como meta chegar a 33% da população de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior até 2020. Segundo Costa, esse percentual está, atualmente, próximo de 17%.
Para o secretário, será preciso ampliar os atuais programas de acesso, como o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).
Na última edição do ProUni, um milhão de candidatos se inscreveram para disputarem as 123 mil bolsas ofertadas. Elizabeth sugere, por exemplo, que os critérios de renda para participação no programa sejam menos limitadores, para incluir outros segmentos da sociedade.
*Com informações da Agência Brasil
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Em 2008, apenas 11% dos brasileiros entre 25 e 64 anos tinham diploma universitário, taxa menor que a média dos demais países da classificação, que é de 28%. O levantamento foi feito pelo especialista em análise de dados educacionais, Ernesto Faria, a partir do relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O diagnóstico de Elizabeth lembrou que menos da metade dos jovens de 15 a 17 anos está cursando o ensino médio. A maioria ou ainda não saiu do ensino fundamental ou abandonou os estudos. Segundo ela, em entrevista à Agência Brasil, ao contrário de outros países emergentes, no Brasil a população jovem que consegue terminar o ensino médio [e que teria condições de avançar para o ensino superior] é muito pequena.
Outro agravante é a dificuldade para pagar os estudos. Como 75% das vagas em cursos superiores estão nas instituições privadas, Elizabeth defende que a questão financeira ainda influencia o acesso. “Na China, as vagas do ensino superior são todas particulares. Na Rússia, uma parte importante das matrículas é paga, mas esses países desenvolveram um esquema sofisticado de financiamento e apoio ao estudante”, disse. Chegam a 54% dos russos, entre 25 e 64 anos, graduados, segundo a pesquisa.
O secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC), Luiz Cláudio Costa, afirmou que já houve evolução no Brasil, destacando que o número anual de formandos triplicou na ultima década. “Como saímos de um patamar muito baixo, o nosso progresso, apesar de ser significativo, ainda está distante da meta que precisamos ter”, avaliou.
Meta do PNE
O próximo Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece como meta chegar a 33% da população de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior até 2020. Segundo Costa, esse percentual está, atualmente, próximo de 17%.
Para o secretário, será preciso ampliar os atuais programas de acesso, como o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).
Na última edição do ProUni, um milhão de candidatos se inscreveram para disputarem as 123 mil bolsas ofertadas. Elizabeth sugere, por exemplo, que os critérios de renda para participação no programa sejam menos limitadores, para incluir outros segmentos da sociedade.
*Com informações da Agência Brasil
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