FONTE: http://aprendiz.uol.com.br/content/phihuphicl.mmp
Subordinação ao individualismo e à competitividade esvazia pedagógica e politicamente a educação
Raiana Ribeiro
A subordinação da educação aos treinamentos de Recursos Humanos e às questões ligadas a qualificação profissional é hoje uma tendência global. A análise, expressa pelo professor da Universidade de Minho, em Portugal, Licínio C. Lima, é fruto de pesquisas realizadas a respeito do papel da União Europeia na formulação de políticas educacionais para os países do bloco. O estudioso participou da mesa de abertura do II Congresso Ibero-americano de Política e Administração da Educação, que acontece nesta semana em São Paulo (SP).
Para ele, a emergência de novas lógicas e novos processos transnacionais na educação – orientados, sobretudo, pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Banco Mundial e outras agências internacionais – tem gerado, desde a última década, um esvaziamento político e pedagógico na educação.
A substituição do termo “educação para vida” por “aprendizagem para a vida” em grande parte dos documentos europeus relacionados ao ensino é um dos indicadores, segundo o catedrático, dessa mudança de paradigma. “É uma abordagem nova, em consonância com a lógica da individualização, da competitividade e da empregabilidade”, disse.
Um dos aspectos que emergem desse novo contexto, de acordo com o professor, são os diferentes processos de avaliações a que são submetidos escolas, professores e alunos. “Utilizados como instrumento de controle, os exames passam a ser fundamentais para a adesão ou não a esse novo paradigma”.
Para o docente, esse sistema de avaliações constantes serve somente à comparação, mensuração, hierarquização e estabelecimento de lideranças mais fortes dentro das instituições de ensino. “É o que chamei há 15 anos de ‘paradigma da educação contábil’, uma visão utilitarista da avaliação, orientada para a produtividade e instrumentalização da educação”.
Os seguidores do denominado “cânone gerencialista” da educação se esquecem, segundo Licínio, que a força da educação reside, paradoxalmente, em sua aparente fragilidade. “Reside nos seus ritmos próprios, nos ensaios de tentativa e erro, na continuidade dos processos de diálogo e convivência, na necessária articulação entre liberdade e autoridade, partindo do princípio fundamental de que ninguém educa alguém à força ou rapidamente”, completou.
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Para ele, a emergência de novas lógicas e novos processos transnacionais na educação – orientados, sobretudo, pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Banco Mundial e outras agências internacionais – tem gerado, desde a última década, um esvaziamento político e pedagógico na educação.
A substituição do termo “educação para vida” por “aprendizagem para a vida” em grande parte dos documentos europeus relacionados ao ensino é um dos indicadores, segundo o catedrático, dessa mudança de paradigma. “É uma abordagem nova, em consonância com a lógica da individualização, da competitividade e da empregabilidade”, disse.
Um dos aspectos que emergem desse novo contexto, de acordo com o professor, são os diferentes processos de avaliações a que são submetidos escolas, professores e alunos. “Utilizados como instrumento de controle, os exames passam a ser fundamentais para a adesão ou não a esse novo paradigma”.
Para o docente, esse sistema de avaliações constantes serve somente à comparação, mensuração, hierarquização e estabelecimento de lideranças mais fortes dentro das instituições de ensino. “É o que chamei há 15 anos de ‘paradigma da educação contábil’, uma visão utilitarista da avaliação, orientada para a produtividade e instrumentalização da educação”.
Os seguidores do denominado “cânone gerencialista” da educação se esquecem, segundo Licínio, que a força da educação reside, paradoxalmente, em sua aparente fragilidade. “Reside nos seus ritmos próprios, nos ensaios de tentativa e erro, na continuidade dos processos de diálogo e convivência, na necessária articulação entre liberdade e autoridade, partindo do princípio fundamental de que ninguém educa alguém à força ou rapidamente”, completou.
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