Enquanto para uma parcela da classe política o financiamento público soa como uma maneira de corrigir os vícios do sistema atual, para alguns especialistas em assuntos da área não há garantias se a mudança poderá vir acompanhada de melhorias para o processo eleitoral. De acordo com o economista Josué Mussalém, o uso do dinheiro absorvido pelos impostos pode evitar o caixa dois, mas precisa ser discutido. “Deveria haver uma padronização das campanhas, com um controle mais rigoroso sobre os partidos. E não aceitar prestações de contas mentirosas. Sou auditor da Fazenda, e nós aprendemos com o tempo. Posso garantir que boa parte dos relatórios de campanha são mentirosos. Um sujeito gasta uma forturna, mas declara um valor ínfimo”, atacou Mussalém, que é favorável ao sistema misto.
Para o professor de Economia do Setor Público da Faculdade Boa Viagem (FBV), Antônio Pessoa Neto, o sistema de financiamento público já é adotado em vários países, como os Estados Unidos. Lembrou, entretanto, que o modelo americano não é totalmente fechado, pois permite doações da sociedade. “Aqui no Brasil, pode se disciplinar a utilização e disposição da mídia em geral, mas é necessário um maior debate na sociedade, para que se entenda o motivo de haver financiamento público. Acho que a maioria entenderia como se fosse um recurso que não deveria chegar dessa forma. Esse financiamento disciplinaria a própria dinâmica das campanhas, que estão ficando cada vez mais caras no Brasil”, sugere Antônio.
Por sua vez, o doutor em Economia e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Jorge Jatobá, apontou que o uso de recursos privados em campanhas eleitorais favorece o poder econômico, a corrupção e a manipulação. Ele alega que, dentre as opções, prefere o financiamento exclusivamente público. “A maneira como o sistema funciona hoje degrada o Legislativo, que está perdendo qualidade ano após ano. Pessoas qualificadas, mas que não têm recursos financeiros, acabam por não se elegerem. O Congresso hoje é dominado por evangélicos, empresários ou sindicalistas. A sociedade está mal representada. Isso é um desserviço. A eleição se tornou um bem público, pois é um artigo da democracia. Com dinheiro público financiando, dá para atender às diversas demandas da sociedade e deixa de haver compra de assentos na Câmara ou no Senado”, declarou Jatobá.
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Para o professor de Economia do Setor Público da Faculdade Boa Viagem (FBV), Antônio Pessoa Neto, o sistema de financiamento público já é adotado em vários países, como os Estados Unidos. Lembrou, entretanto, que o modelo americano não é totalmente fechado, pois permite doações da sociedade. “Aqui no Brasil, pode se disciplinar a utilização e disposição da mídia em geral, mas é necessário um maior debate na sociedade, para que se entenda o motivo de haver financiamento público. Acho que a maioria entenderia como se fosse um recurso que não deveria chegar dessa forma. Esse financiamento disciplinaria a própria dinâmica das campanhas, que estão ficando cada vez mais caras no Brasil”, sugere Antônio.
Por sua vez, o doutor em Economia e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Jorge Jatobá, apontou que o uso de recursos privados em campanhas eleitorais favorece o poder econômico, a corrupção e a manipulação. Ele alega que, dentre as opções, prefere o financiamento exclusivamente público. “A maneira como o sistema funciona hoje degrada o Legislativo, que está perdendo qualidade ano após ano. Pessoas qualificadas, mas que não têm recursos financeiros, acabam por não se elegerem. O Congresso hoje é dominado por evangélicos, empresários ou sindicalistas. A sociedade está mal representada. Isso é um desserviço. A eleição se tornou um bem público, pois é um artigo da democracia. Com dinheiro público financiando, dá para atender às diversas demandas da sociedade e deixa de haver compra de assentos na Câmara ou no Senado”, declarou Jatobá.
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