FONTE: Diário de Pernambuco, 30 de setembro de 2011, caderno C6, Vida Urbana
Manifestação que pedia medidas preventivas para evitar suicídios foi marcada por tumulto e agressões verbais
Raphael Guerra
Um protesto marcado pela desorganização, falta de propostas e agressões verbais à administração da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Na tarde de ontem, por mais de três horas, cerca de 50 universitários promoveram um verdadeiro tumulto no estacionamento da reitoria da instituição de ensino. Aos gritos e impedindo que funcionários e veículos circulassem livremente, os estudantes pediram a presença do reitor Amaro Lins para discutir mais um caso de suicídio que foi registrado, na quarta-feira, no prédio do Centro de Filosofia e Ciencias Humanas (CFCH). Eles também reivindicaram mais segurança no campus, principalmente à noite, quando os casos de violência são comuns. A reitoria prometeu providências.
Segundo Amaro Lins, telas de proteção foram colocadas na parte de trás do CFCH. A parte azul da frente também terá mais segurança. “Mas, os bombeiros disseram que não podemos fechar tudo. Nossos seguranças também estão acompanhando e já conseguimos evitar outros casos. É um problema que existe há 20 anos”, afirmou o reitor. Pelo menos quatro registros de suicídio aconteceram somente neste ano. Lins disse ainda que dois centros, entre eles a clínica de psicologia, estão disponíveis aos alunos e funcionários para assistência. O reitor eleito, Anísio Brasileiro, prometeu uma nova reunião assim que tomar posse, no próximo mês.
A manifestação começou às 14h. segundo o universitário do curso de história Daniel Gomes, 24 anos, falta discussão quanto aos casos de suicídios que acontecem no CFCH. “A universidade precisa abrir um debate sobre o assunto. Também precisa dar assistência aos estudantes que precisam de apoio psicológico, por exemplo”.
Com cartazes e velas, os alunos tentaram invadir a reitoria, mas, através dos seguranças da UFPE, souberam que seriam recebidos pelo reitor Amaro Lins, no auditório. Não satisfeitos, mudaram de ideia e decidiram que ele deveria ir ao estacionamento para discutir com os estudantes. Fecharam os portões de entrada e saída de veículos e pessoas. Impediram a saída dos funcionários que haviam encerrado o expediente. Uma universitária, que fazia parte da manifestação, passou mal e precisou ser socorrida, mas, por alguns minutos, foi impedida de deixar o local. Somente às 17h30, os estudantes resolveram aceitar a proposta e debater com o reitor no auditório. Lá, ainda sobrou tumulto, vaias e muita ironia por parte dos manifestantes.
DEPOIMENTOS
“São muitos suicídios. Isso é chocante. Deprimente. Algo precisa ser feito para evitá-los” (Naira Castilhos, 22 anos, estudante de enfermangem)
“Fiquei indignada. Não é o primeiro caso no CFCH. Falta segurança para proteger as pessoas” (Isabel Sobral, 21 anos, estudante de enfermagem)
A imprensa sempre com sua "neutralidade" porque não noticiou o atraso do reitor a falta de um prazo em relação as demandas? E o depoimento da jovem que foi mal atendida pela assistência psicológica?
ResponderExcluirÉ por isso que cada vez mais espaços como este, ou seja, blogs na internet devem ser mais valorizados e vistos !!
Valeu Otávio pela presença!!
A imprensa como sempre noticiando as coisas
ResponderExcluirComo eles próprios escolhem.
Quem estava lá sabe como realmente foi.
=)
Tudo é motivo de confusão e tumulto. Essas coisas abruptas e sem conexões são sempre uma fracasso. Acho que apoio do corpo docente seria relevante e de grande prestígio para a causa. Afinal, por mais necessário que o tema seja, sem organização e apoio, dos outros centros, inclusive, nada é visto ao ponto ótimo.
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