FONTE: http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/10/19/opiniao.asp
Artigo Juventudes pernambucanas ocupam a UFPE
Por Otávio Luiz Machado
Otávio Luiz Machado // Pesquisador e Coordenador do Programa Sobre Juventudes, Democracia, Direitos Humanos e Cidadania da UFPE
otaviomachado3@yahoo.com.br
A UFPE, que é a principal instituição universitária das regiões Norte e Nordeste do nosso país, também possui uma responsabilidade enorme com os jovens do estado e da região, pois, como uma parcela significativa dos universitários do estado encontra-se na UFPE, então a universidade precisa criar programas ou projetos voltados aos seus jovens, no sentido de estimulá-los ao estudo, de formá-los para a cidadania e de aproximá-los cada vez mais da instituição.
A interiorização da UFPE é um bom começo para permitir o acesso dos jovens à instituição, sem contar os cursinhos populares, os cursos de curta duração, os eventos e inúmeras atividades que promovem um sentimento coletivo de pertencimento pela juventude à instituição pública. A interiorização, a criação de novos cursos, a ampliação da assistência estudantil e a reabertura do restaurante universitário são apenas alguns exemplos da mudança da cara da universidade pública na última década, que havia encarado um período de corte de recursos, de sucateamento e de ameaça de sua privatização.
O que sobrou daquela fase negra e que está profundamente em desacordo com a fase mais moderna da UFPE é a figura do "gestor público" que só sabe levantar paredes, dar acabamento, mobiliar e construir uma infra-estrutura sem um compromisso com um projeto político-pedagógico democratizante e pautado pela ética pública.
Tal modelo não existe mais na administração central e nem nas diretorias dos centros, mas resiste em um ou outro departamento onde o "dono" não abre mão dos seus privilégios, dos expedientes pouco transparentes e da intimidação como prática cotidiana.
O estímulo para que os jovens se conscientizem, que tenham visão de futuro e compreendam que a administração pública precisa ser eficiente, compartilhada entre os três setores (Estudantes, Funcionários e Professores) e não mais conduzidas por gerentões ou carreiristas sem escrúpulos deve ser uma constante, porque foi a reivindicação dos estudantes e sua luta feroz contra o atraso dos dirigentes que conquistamos uma universidade pública, gratuita e referenciada socialmente.
Sem um bom debate, sem acesso irrestrito às informações e sem a formação cidadã dos nossos jovens voltaremos à fase mais negra da história da educação superior. Que os jovens conheçam, reconheçam e combatam esse período para que nunca mais voltemos ao período do terror e da universidade fechada em si mesma.
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