19 de Janeiro de 2012
A Universidade Federal de Pernambuco lança, no próximo dia 23 de janeiro, o livro “Movimentos Estudantis, formação profissional e construção de um projeto de país”, de autoria de Otávio Luiz Machado, pesquisador do Programa sobre Juventudes, Democracia, Direitos Humanos e Cidadania da UFPE. O lançamento acontece às 15h, no auditório Newton Maia do CTG da Universidade, com a presença do reitor Anísio Brasileiro de Freitas Dourado, do diretor do CTG, Edmilson Lima, e representantes de empresas como a Petrobras e Chesf, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) e do movimento estudantil. Na ocasião , o professor Denis Bernardes falará sobre a memória da imprensa universitária a partir de 1920, entre outras palestras que serão proferidas no evento.
Leia, abaixo, o prefácio do livro, assinado pelo reitor da UFPE e um resumo da obra:
“É com grande satisfação que apresentamos à Sociedade o livro Movimentos Estudantis, formação profissional e construção de um projeto de país: a experiência da Engenharia na UFPE (1958-1975), que resulta da Dissertação de Mestrado defendida por Otávio Luiz Machado, no Programa de Pós-Graduação em Sociologia, pertencente à Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Trata-se de uma obra de relevo, que ao se debruçar sobre o passado e presente recente da história dos movimentos estudantis de engenharia contribui para o entendimento da necessidade da adoção de políticas públicas voltadas para a formação profissional desse segmento, indispensável para o desenvolvimento da Sociedade. A pesquisa tem como tema central a formação profissional dos engenheiros no Brasil, em particular o papel da tradicional Escola de Engenharia de Pernambuco, hoje também conhecida como Centro de Tecnologia e Geociências da UFPE. Através de uma análise sócio-histórica, conduzida com rigor científico, o autor caracteriza a presença dos Engenheiros nos momentos chave de criação de instituições de relevo para o desenvolvimento econômico e social do país e da região, a exemplo da Petrobrás, Chesf e Sudene. Ao longo do livro os leitores têm acesso a um conjunto de informações relevantes que dão conta do compromisso social dos estudantes de Engenharia. Através de suas entidades estudantis, como os Diretórios Acadêmicos, o Diretório Central dos Estudantes, a União Estadual e a União Nacional dos Estudantes, os estudantes de Engenharia sempre se engajaram nas grandes lutas do Brasil, em defesa da educação, do acesso da população ao ensino superior, da formação profissional qualificada e da democracia. Trata-se, portanto, de uma história rica de fatos, de generosidade e de exemplo de luta pela cidadania, pelos direitos humanos e sociais, valores tão importantes de serem preservados para os jovens que hoje ingressam na Universidade brasileira”.
(Professor Anísio Brasileiro de Freitas Dourado, reitor da Universidade Federal do Pernambuco).
Resumo da Obra
A obra busca analisar alguns momentos singulares da realidade brasileira, principalmente aquele quando houve uma tentativa significativa da classe média brasileira de ascender socialmente via ensino superior, ao considerar que seus anseios de alguma forma estavam ligados a uma pretensão de participar no processo de transformação da sociedade brasileira. A busca do aumento da oferta de escolarização, sobretudo a de nível superior, acompanha geralmente os momentos de busca de desenvolvimento econômico. E atores importantes presentes no contexto universitário em determinados períodos, como o movimento estudantil, de certa forma produzem um discurso sobre a questão, pois os sujeitos ao proporem mudanças a partir da universidade também respondem a necessidades e expectativas oriundas dos seus meios sociais de origem.
O interesse em apreender a dinâmica interna dos mecanismos de acesso, de socialização e de futuro uso de conhecimentos e saberes disponíveis e acumulados ao longo de sua existência pelos atores que por ela passaram, nos conduz ao estudo do movimento estudantil entre 1958 a 1975. Consideramos que tais processos sociais também são produzidos e constituídos na relação que instituições e sujeitos travam socialmente. No panorama geral do estudo procuramos os elementos que tornaram o movimento estudantil um ator social importante no debate sobre a Universidade, a formulação de um ideário sobre a carreira do engenheiro, a constituição de novas relações sociais no interior de instituições de ensino superior e a construção de uma articulação entre Universidade e Sociedade.
O movimento estudantil se constituiu em décadas passadas como uns dos fenômenos sociais por excelência. Os atores sociais envolvidos construíram novos sentidos sobre o espaço universitário ao articularem interesses acadêmicos e políticos para atender a uma expectativa coletiva.
Assim, o que se pretende questionar é até que ponto a experiência universitária de grupos juvenis universitários em torno do movimento estudantil possibilitou a construção de um discurso focado na construção de novos desenhos formativos que antecipavam questões do próprio campo profissional em que os atores ainda não estavam inseridos.
Mais Informações no Blog movimentosjuvenisbrasileirosparte7.blogspot.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário