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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

VÍDEO: Centro de Valorização da vida agora na UERJ - prevenção ao suicídio

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MATÉRIA; Escolinha de cientistas

FONTE: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=79919



Editoras científicas e empresas especializadas dão cursos de escrita de artigos científicos para pesquisadores, que alegam que não aprenderam a escrever artigos na universidade, mas são cobrados para publicar.

Universidades brasileiras estão empenhadas em capacitar seus cientistas para escreverem artigos científicos para revistas renomadas. Os cursos, na maioria das vezes, partem das próprias editoras de revistas científicas, interessadas em receber textos de melhor qualidade.

Isso diminuiria o trabalho e o tempo entre o artigo recebido e o publicado (o que pode levar de meses a anos). Já as universidades têm interesse nos cursos para melhorar seus indicadores. Quanto mais artigos emplacados em revistas de alto impacto (amplamente citadas por outros pesquisadores), melhor a instituição aparece nos rankings universitários internacionais.

A Folha acompanhou um dos cursos, ministrado recentemente pela editora científica Springer, na Unesp (Universidade Estadual Paulista), para 80 membros de comissões de pesquisa e de programas de pós-graduação.

Em tópicos - Entre os temas ensinados, há desde "faça títulos curtos" a "escreva seu artigo científico como se estivesse contando uma história a alguém". "Mesmo quando você escreve sobre algo complicado, deve torná-lo o mais simples possível para que o maior número de pessoas entenda", ensina Warren Raye, da Springer, no curso na Unesp.

Raye também discorreu sobre como escolher um periódico para publicar um artigo, sugeriu maneiras de responder um parecer (quando o artigo é devolvido pela revista científica) e passou um bloco inteiro falando sobre ética nas publicações científicas. "Não faça múltiplas submissões de artigos nem plágios e não falsifique ou fabrique dados", ensinou Raye. O curso da Springer foi ministrado para plateias lotadas também em instituições como USP, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O interesse dos cientistas por esse tipo de oficina é compreensível. "Os pesquisadores nunca foram ensinados a escrever de maneira técnica, muito menos em inglês", explica a bióloga e ex-editora da "Science" Márcia Elblink.

Ela é uma das fundadoras da empresa Publicase, que, segundo ela, é a primeira especialista em treinar cientistas para escreverem dissertações, teses e artigos no País. A empresa surgiu em 2007, época em que o País "acordou" para a necessidade de aumentar a publicação de artigos na academia.

Cobrança - "Realmente não temos um treinamento específico na universidade e somos cobrados para publicar", analisa a veterinária Flávia Verechia Pereira, da Unesp. Ela participou do curso da Springer e disse que "gostou muito". Para Elblink, da Publicase, a falta de capacitação na redação científica não é um problema apenas do Brasil. "Mas as universidades de ponta do mundo têm centros para ajudar os autores e tirar dúvidas", diz a especialista.

Hoje, a demanda de universidades, de hospitais privados e de empresas pelos cursos de redação científica é tanta que a agenda de 2011 da Publicase fechou em maio. Uma semana de treinamento intensivo (40 horas) sobre "como escrever um artigo para uma revista de alto impacto", por exemplo, sai por R$ 12 mil por pessoa. Mas há cursos mais curtos.

"Escrever um artigo é uma questão de treino. Como correr uma maratona", completa Andrea Kaufmann-Zeh, que também é da empresa.
(Folha de São Paulo - 30/10)
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OPINIÃO; A Juventude em Movimento (Por Helena Singer)

FONTE: http://portal.aprendiz.uol.com.br/2011/10/31/a-juventude-em-movimento/

A Juventude em Movimento


São sempre questionáveis definições generalizantes sobre a juventude. De qual juventude estamos falando: a da cidade grande ou da zona rural? A dos bairros centrais ou da periferia? A dos países ricos ou pobres? Mas, hoje, há, de fato, um traço comum a grande maioria das pessoas do mundo com menos de 25 anos de idade: elas compõem o que alguns chamam “geração net”, aquela que está conectada continuamente, usando a rede mundial para desenvolver amizades, pesquisar assuntos de seu interesse, expressar-se em diversas mídias, criar e realizar tarefas diversas. É assim no mundo árabe e nos países do ocidente, nas nações ricas e nas que estão em desenvolvimento, no centro e na periferia, na cidade e no campo.
Esta geração está em profundo descompasso com a escola. Os jovens de hoje usam as novas tecnologias intensamente, mas, sobretudo fora da escola: baixando livros eletrônicos, aprendendo idiomas, participando de redes sociais, chats e grupos em que exploram assuntos de seu interesse de forma colaborativa. Em contraposição, a escola é marcada pela desmotivação provocada por exames e notas, pela rotina maçante, pela ausência de novidades.
Os estudantes que não têm seu potencial reconhecido ficam ainda mais desmotivados, não se sentem inteligentes e, aos poucos vão perdendo a capacidade de acompanhar as aulas. Claro que a inadequação do modelo escolar para a educação é muito anterior a estas novas tecnologias, mas, com elas, o descompasso se acentuou fortemente e agora, mais do nunca, precisamos superar o modelo atual por escolas que possibilitem o aprender para a vida, não para responder a exames; escolas diversas, qualificadas, que promovam o comportamento ativo e o aprendizado de longa duração.
Talvez não esperássemos desta geração que parece ensimesmada com seus aparelhos digitais que ela valorizasse o envolvimento com a comunidade e a capacidade de pensar no coletivo para superar o comodismo individual. Mas é isso que estamos testemunhando desde que se iniciaram os movimentos que vem derrubando as ditaduras no mundo árabe, a ocupação das praças nos países que naufragaram pela a crise causada pelo capital financeiro e também no movimento cultural da periferia de grandes cidades como São Paulo (SP).
Neste último contexto, o da periferia de São Paulo, está acontecendo uma movimentação cultural não apenas dos jovens, mas principalmente deles, em coletivos de audiovisual, design gráfico, literatura, música, teatro, grafite, rádio. É uma juventude em movimento, com garra e desejo de transformação da periferia, da cidade, do país, do mundo. Assim como na primavera árabe e nas praças ocupadas pelos indignados dos países ricos, o ambiente é de conexão, troca, solidariedade. Diferente do que dizem as definições generalizantes que de tempos em tempos ocupam as capas de revistas, os jovens de hoje não estão acomodados, alienados, despolitizados. Eles estão reinventando a política para derrubar ditadores, desafiar os mais ricos e inverter a lógica do mercado cultural.
E assim o desafio para a escola ficou ainda maior. Para se tornar relevante junto a esta nova geração, a escola precisa valorizar a sua curiosidade, orientar os estudos pelas perguntas que eles fazem, possibilitar-lhes explorar sua curiosidade escolhendo os temas a serem estudados, auxiliá-los a construir objetivos na vida e visualizar a conexão entre os aprendizados de hoje com estes objetivos. O educador será um exemplo a ser seguido quando estiver mais próximo de seus estudantes, tiver altas expectativas em relação a eles, os desafiar a construir novos conhecimentos e demonstrar sua criatividade e paixão pelo que ensina. Talvez agora seja o momento de os educadores seguirem o exemplo dos jovens.
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OPINIÃO: O conflito na USP (Por Henrique Carneiro)

FONTE: http://ocupauspcontrarepressao.blogspot.com/2011/10/o-conflito-na-usp.html


Por Henrique Carneiro, professor do Departamento de História da USP e membro do Conselho Editorial da Revista Outubro


• A tentativa de prisão de três estudantes pela PM na FFLCH e a reação dos seus colegas em sua defesa é um episódio revelador das muitas contradições que existem em nossa sociedade.

Em primeiro lugar, fica patente o sentido absurdo do proibicionismo de certas drogas. O uso de cigarros ao ar livre em lugar retirado seja de tabaco, de cravo ou de maconha, não afeta ninguém exceto os seus usuários. É uma conduta tipificada na teoria do direito como isenta de qualquer princípio de lesividade. O bem estar público não estava sendo afetado. Ninguém estava sendo ameaçado em seus direitos nem havia nenhuma violência em curso. A própria legislação vigente por meio da lei 4330 já entende que o uso de drogas em si não deva ser penalizado.

O uso de maconha em parques, praias e locais abertos é prática disseminada entre milhões de usuários e sua injustificada repressão envolve uma compreensão de que o papel da polícia deva ser o da coerção em massa de práticas culturais recreacionais e de estilos de vida característicos da juventude e das camadas populares. Essa função torna a polícia um veículo de distúrbio da paz social e uma fonte de corrupção devido às extorsões comumente praticadas contra usuários de substâncias ilícitas.

Toda a violência adveio da intervenção da polícia que terminou inclusive usando armas químicas lacrimogêneas que, embora sejam chamadas de “não-letais”, são armas extremamente tóxicas e inclusive cancerígenas. PMs chegaram a ameaçar atirar bombas no interior do prédio da Ciências Sociais e há relatos de que ao menos um tiro foi disparado para o ar. Após a brutal invasão da tropa de choque em 2009, novamente gases tóxicos são espalhados pelos prédios da FFLCH e estudantes agredidos pela polícia que supostamente estaria lá para defendê-los.

A PM no Brasil é um entulho autoritário do período da ditadura militar, é uma polícia militarizada com foros privilegiados que se constitui na força policial mais violenta do mundo, com registro de torturas, assassinatos, até mesmo de juízes, como ocorrido recentemente no RJ, onde a formação das chamadas “milícias” mostra como ocorre um acelerado processo de deriva delinquencial de uma parte do aparelho policial.

O uso de drogas por jovens não pode ser tratado como um caso de polícia. Menos ainda num ambiente escolar, onde o diálogo e a busca de soluções negociadas e não violentas deve ser uma parte constituinte do projeto pedagógico.

O uso de maconha pela juventude há muitas décadas é parte tanto de uma atitude de rebeldia e desafio, elogiável característica da juventude que lhe confere boa parte de sua capacidade de indignar-se, como de uma busca de recursos alternativos aos remédios farmacêuticos para se lidar com a tensão e ansiedade da vida contemporânea ou para se potencializar a criatividade. Quando se sabe que personalidades científicas como Carl Sagan, Stephen Jay Gould, Oliver Sacks ou Sérgio Buarque de Hollanda usaram maconha não se objeta que tal uso tenha sido contraproducente para sua criatividade. Quando um empresário como Steve Jobs declara que sua experiência com LSD foi uma das coisas mais importantes de sua vida ou quando cientistas como Francis Crick reconhecem que a experiência com psicodélicos tem enorme potencial cognitivo, eles não são acusados de apologistas.

Em 1967, diversos intelectuais de todo o mundo, como Gilles Deleuze, François Chatelet, entre outros, assinaram manifesto publicado no Times de Londres, solicitando a despenalização da Cannabis. Passado quase meio século e essa reivindicação continua presente e, mais do que nunca, necessária.

É mais do que hora da comunidade acadêmica se manifestar novamente contra a proibição do uso da Cannabis, explica para a opinião pública os argumentos contra a mortífera e imperialista guerra contra as drogas imposta ao mundo pelo governo dos EUA e defender o direito ao autocultivo de maconha e exigir que a questão social e cultural das drogas não continue sendo tratada como caso de polícia.

Se até um professor titular da faculdade, ex-presidente da República, se autocriticou de sua política de drogas e aderiu à campanha antiproibicionista, porque a maioria de nosso corpo docente não se manifesta na forma de um abaixo-assinado contra a continuidade da proibição e perseguição ao uso da maconha no país, propondo uma alteração da atual legislação?
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VÍDEO: Por que ocupamos?

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E NEM VEM DE NOVO: Justiça do Ceará decide anular 13 questões do Enem em todo o país

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/saber/999446-justica-do-ceara-decide-anular-13-questoes-do-enem-em-todo-o-pais.shtml

31/10/2011-20h56

DE SÃO PAULO

Atualizado às 21h36.
A Justiça Federal do Ceará decidiu nesta segunda-feira anular para todo o país as 13 questões do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) que vazaram para alunos do colégio Christus antes da prova. O MEC (Ministério da Educação) disse que vai analisar a decisão. Cabe recurso.
As questões anuladas são as seguintes:33, 32, 34, 46, 50, 57, 74 e 87 da prova amarela do 1º dia e questões 113, 141, 154, 173 e 180 da prova amarela do 2º dia.
O Ministério Público Federal queria a suspensão do exame nacional em todo o país ou a anulação das 13 questões. Já o MEC (Ministério da Educação) queria nova prova apenas para os 639 concluintes do ensino médio do colégio Christus, de Fortaleza.
Os estudantes tiveram acesso antecipado a questões do Enem em um simulado no colégio. Para o colégio, as questões podem ter entrado em um banco de perguntas da própria instituição por sugestão de alunos que fizeram pré-testes, "sem o conhecimento da escola no que diz respeito à origem desses dados".
A presidente do Inep (órgão do MEC responsável pelo Enem), Malvina Tuttman, esteve nesta segunda-feira em Fortaleza para se reunir com o juiz federal Luiz Praxedes Vieira da Silva e defender que o exame fosse anulado em todo o país.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, voltou a dizer ontem, em evento político em São Paulo, que "basta aplicar uma nova prova aos alunos que foram, inadvertidamente, beneficiados".
Um inquérito da Polícia Federal foi aberto para esclarecer como as questões do Enem vazaram.
PRÉ-TESTE
O problema veio a público após alunos escreverem em redes sociais, após a realização do Enem, que colégio havia conseguido antecipar questões.
Inicialmente, o MEC identificou oito questões iguais. Na quinta passada (27), concluiu que o simulado continha 14 questões do Enem.
Elas haviam sido aplicadas no pré-teste realizado por duas turmas da escola em outubro de 2010 --os colégios que fazem o pré-teste são escolhidos por sorteio.
Segundo o MEC, todos os cadernos da pré-testagem foram devolvidos, mas o conteúdo pode ter sido copiado eletronicamente. "O material [o simulado] é o conteúdo de dois cadernos, na íntegra. Está absolutamente comprovado", disse Haddad à Folha.
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MÉRITO: Prêmio para as melhores teses de 2010

FONTE: http://agencia.fapesp.br/14712


31/10/2011
Agência FAPESP – A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), recebe, até 25 de novembro, as inscrições para o Prêmio Capes de Tese 2011, concedido às melhores teses de doutorado defendidas em 2010.
Para participar, as teses pré-selecionadas nos programas de pós-graduação das instituições de ensino superior devem ser inscritas pelos respectivos coordenadores desses programas.
As melhores teses selecionadas em cada um dos três grupos de grandes áreas (ciências biológicas, ciências da saúde e ciências agrárias; engenharias e ciências exatas e da terra; ciências humanas, linguística, letras e artes, ciências sociais aplicadas e ensino de ciências) também serão premiadas.
O prêmio é realizado pela Capes em parceria com a Fundação Conrado Wessel e o Instituto Paulo Gontijo, e a inscrição deve ser feita exclusivamente pela página da Capes na internet.
As teses vencedoras receberão auxílios equivalentes a uma participação em congresso nacional ou internacional para o orientador; certificados e medalhas; bolsa para realização de estágio pós-doutoral no Brasil e/ou no exterior para o autor e prêmios adicionais em dinheiro, em parceria com a Fundação Conrado Wessel e Instituto Paulo Gontijo.
Está prevista a concessão de um prêmio adicional no valor de R$ 15 mil, pelo Instituto Paulo Gontijo, para os autores das teses vencedoras nas áreas de astronomia-física, matemática-probabilidade e estatística e em química.

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domingo, 30 de outubro de 2011

VÍDEO: Comissão da Verdade terá pouco tempo para revisitar quatro décadas de história

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EVENTO: 10º Encontro Norte e Nordeste dos Estudantes de Pedagogia – ENNOEPe

MAIORES INFORMAÇÕES: http://www.ennoepe.com/

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MATÉRIA: Jovem trabalhador em Pernambuco ganha abaixo da média

FONTE: http://www.ondajovem.com.br/noticias/jovem-trabalhador-em-pernambuco-ganha-abaixo-da-media/view

28/10/2011
Apesar de crescerem nas estatísticas de inserção no mercado de trabalho, os jovens da Região Metropolitana do Recife (RMR), em Pernambuco, ainda estão longe de receber um salário compatível com os demais trabalhadores.
Foi o que mostrou a terceira edição do Anuário do Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda, divulgado dia 26, onde essa população ganha, em média, 60% do rendimento mensal de um trabalhador no estado.
"A qualificação dos jovens deve ser mais agressiva em todos os setores. A construção civil é um exemplo de nicho de demanda com problemas de mão de obra que retrata o interesse reduzido dos jovens. Não basta oferecer emprego, é preciso qualificar as pessoas para o mercado de trabalho", explica André Luz Negromonte, superintendente regional do trabalho e emprego em Pernambuco.
Fonte: Diário de Pernambuco
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OPINIÃO: A universidade não é caso de polícia (Por VLADIMIR SAFATLE)

OBSERVAÇÃO DO BLOG: É UM TEXTO DE 2009 MAS QUE AINDA É MUITO ATUAL. 


FONTE: http://www.fflch.usp.br/df/caf/blog/zecalixto/texto-prof-vladimir-0

Em vez de estigmatizar os alunos e tratá-los como delinquentes, talvez seja o caso de se perguntar contra o que eles se manifestam

AS CENAS de batalha campal que vimos nesta semana na USP ficarão na memória daqueles que dedicam sua vida a essa instituição. Vários professores, como eu, que nunca participaram de movimento sindical, que nem sequer foram alguma vez a uma assembleia, veem com estarrecimento a disseminação da crença de que conflitos trabalhistas devem ser resolvidos apelando sistematicamente à polícia.
Diz-se que a polícia era necessária para evitar piquetes e degradações. No entanto, tudo o que ela conseguiu foi acirrar os ânimos e aumentar exponencialmente os dois.
Vale a pena lembrar que, por mais que sejam práticas problemáticas que precisam certamente ser revistas, os piquetes estão longe de se configurarem como ações criminosas. A história das sociedades democráticas demonstra como eles foram, em muitos casos, peças necessárias de um processo de ampliação de direitos. Cabe a nós provar que esse tempo passou e que, devido à capacidade de diálogo, tais práticas não têm mais lugar.
No entanto, quando se tenta reduzir manifestantes que procuram melhorias em suas condições de trabalho a tresloucados patológicos que nada têm a dizer, que não têm nenhuma racionalidade em suas demandas, dificilmente alguma forma de diálogo conseguirá se impor.
Melhor seria começar explicando qual racionalidade justifica que a universidade mais importante do país, responsável por parte significativa da pesquisa nacional, tenha salários menores que os de uma universidade federal em qualquer Estado brasileiro.
Por outro lado, há algo incompreensível na crença de que a polícia possa ser chamada para mediar conflitos com alunos e funcionários públicos. Muitos acreditam que ligarão para o 190 e receberão uma espécie de "polícia inglesa" capaz de agir de maneira minimamente adequada diante de cidadãos que se manifestam.
Contudo, o que vimos até agora foi uma polícia que entrou pela primeira vez no ca mpus armada com metralhadoras, quando a ação padrão deveria ser, nessas situações, agir desarmada. Quem tem uma metralhadora nas mãos imagina que porventura poderá usá-la. Mas contra quem? Contra nossos alunos? E quem decidirá o momento de usá-la?
Como se isso não bastasse, uma polícia bem preparada não responde a provocações de gritos e latas com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha usadas na frente da Escola de Aplicação e de uma faculdade em que, normalmente, há crianças e adolescentes. O que aconteceria se uma bala de borracha atingisse uma criança, ampliando um pouco mais o enorme contingente de balas perdidas disparadas pela polícia?
Antes de ligar para a Polícia Militar, valeria a pena levar em conta seu despreparo manifesto em intervenções em conflitos sociais, histórico catastrófico mundialmente criticado por órgãos internacionais.
Nenhum leitor terá dificuldade de se lembrar de situações de conflito social n as quais policiais que se sentiram acuados reagiram de maneira descontrolada, provocando tragédias.
Por fim, contrariamente a certa ideia que um anti-intelectualismo militante gosta de veicular nestes momentos, vários alunos alvos de balas de borracha são extremamente dedicados em seus cursos, participam sistematicamente de colóquios e programas de pesquisa, apresentam "papers" em congressos e podem ser constantemente encontrados em nossas bibliotecas.
Sendo certo que vêm de todas as faculdades de nossa universidade (e não apenas da área de humanas, como alguns querem fazer acreditar), é inaceitável tratá-los como delinquentes potenciais. Dentre os 2.000 estudantes que se manifestaram nesta semana estão alguns de nossos melhores alunos.
Em vez de estigmatizá-los, talvez seja o caso de se perguntar contra o que eles se manifestam, já que, é sempre bom lembrar, antes da entrada da polícia, nem professores nem alunos estavam em greve. A greve restr ingia-se a funcionários.
Há um mês, em uma pequena cidade francesa, a polícia recebeu um chamado de possível furto. Em uma atuação "exemplar", ela estava em alguns minutos no local do crime. No entanto, o local era uma escola, o objeto furtado, uma bicicleta, e o possível ladrão, uma criança de dez anos. Sem pestanejar, a polícia retirou a criança da escola na frente de seus colegas, levou-a à delegacia, colheu seu depoimento e a fichou.
Possivelmente, foi contra esse modelo social baseado na incapacidade de resolver conflitos sem apelar à mais crassa brutalidade securitária que hoje nossos alunos se manifestam. Cabe a nós mostrar a eles que a história da USP é outra.

VLADIMIR SAFATLE, 36, é professor do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo.
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MATÉRIA: ‘Hoje, é a PM que garante a segurança da USP’

FONTE: http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,hoje-e-a-pm-que-garante-a-seguranca-da-usp,792260,0.htm


Ex-reitor da Universidade de São Paulo (1986-1990) e ex-ministro da Educação (1991-1992), o professor de Física José Goldemberg diz que a presença da Polícia Militar é o que permite que a USP funcione com segurança, especialmente durante a noite

29 de outubro de 2011 | 17h 31
 
Ex-reitor da Universidade de São Paulo (1986-1990) e ex-ministro da Educação (1991-1992), o professor de Física José Goldemberg diz que a presença da Polícia Militar é o que permite que a USP funcione com segurança, especialmente durante a noite. Por outro lado, Goldemberg diz que já chegou a reivindicar, durante seu mandato de reitor, o afastamento da polícia do câmpus, por entender que a presença policial atrapalhava a liberdade de pensamento e as discussões políticas em curso na universidade.

Por que os estudantes e parte dos funcionários são contrários à presença dos estudantes na Cidade Universitária?

Isso é uma coisa que vem desde os anos 1970 e começou na Europa. A ideia é que a universidade é um território livre, tem de haver liberdade de pensamento, onde é possível discutir de ideias marxistas a religião. Durante o governo militar, essa rejeição à polícia se tornou muito aguda aqui (na USP) - era uma crítica à presença ostensiva e à não ostensiva. Tinha muito policial infiltrado entre os alunos, o que impedia as discussões que não fossem muito conservadoras. Muitos reitores tentaram evitar essa presença. E isso foi adiante (após o fim do regime). Eu mesmo, como reitor, tive de impedir a presença da PM. Havia maus-tratos contra alunos, até casos de tortura.

Essa realidade ainda existe nos dias de hoje?

Não, pelo contrário. Hoje, dado o clima de insegurança, é a presença da PM que garante a segurança física dos alunos. À noite, a USP é um lugar muito perigoso. Estavam ocorrendo muitos assaltos, houve até a morte de um aluno. Agora, estão trocando a iluminação para trazer mais segurança.

Então por que essa reação contrária aos policiais? Por que o pensamento do regime militar ainda vigora entre os alunos?

Muita gente se aproveita da ausência da polícia para práticas que não têm a ver com discussão política. Droga, pela legislação, é uma atividade criminosa. Há quem queira descriminalizar (a maconha). E essa discussão deve acontecer também na universidade. Mas não se pode reivindicar a saída da PM do câmpus para poder praticar crimes. Pela legislação, repito, maconha é crime.

A presença da PM não pode impedir esse tipo de discussão, por exemplo?

Uma pessoa drogada perturba as atividades do câmpus. Não se pode usar a descriminalização como bandeira para retirar a PM daqui. Pode se discutir. 

Os alunos disseram que eles estavam lutando não por eles, mas por toda a sociedade. O senhor concorda com isso?

Não. Nós lutamos muito para haver liberdade de pensamento e ela existe dentro do câmpus. Misturar as duas coisas não é correto.

Como o senhor avalia a gestão do atual reitor (João Grandino Rodas)?
Ele tem feito um bom trabalho. Está construindo prédios, houve aumento de salários, a USP tem recebido bons investimentos.

Então por que ele se tornou um dos principais alvos dos manifestantes da USP?

Tem uma coisa de complexo de Édipo aí. Ele é como um pai, a figura da autoridade. Por isso, vira alvo dos estudantes.
 
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MATÉRIA: Interesses eleitorais do PC do B são obstáculo para 'faxina' no Esporte

FONTE: http://www.portalrcr.com.br/noticias/politica/28533-interesses-eleitorais-do-pc-do-b-sao-obstaculo-para-faxina-no-esporte/pagina/9

A 'faxina' exigida pela presidente Dilma Rousseff no Ministério do Esporte obriga o novo titular da pasta, Aldo Rebelo, a mexer num 'paredão' de comunistas, boa parte composta por ex-dirigentes da União Nacional dos Estudantes (UNE), alocados em áreas estratégicas e suspeitos de desvio de recursos públicos. Aldo vive um dilema. Recebeu a ordem da presidente para mudar o comando da pasta, mas sabe que as trocas em meio a um escândalo de corrupção respingam nas pretensões eleitorais do PC do B em 2012.

A tropa do partido dentro do ministério não é técnica, mas política e com objetivos concretos na disputa municipal do ano que vem. São dirigentes regionais e nacionais da legenda, homens de comando do PC do B nos Estados, que agora temem a exposição pública. Temem ainda ser demitidos a partir de amanhã, quando Aldo Rebelo toma posse, numa 'faxina' semelhante à que ocorreu no Ministério dos Transportes em julho.
Por enquanto, Aldo Rebelo só confirmou a saída do secretário executivo, Waldemar Souza, do PC do B do Rio - uma espécie de número dois da pasta. Há pelo menos mais sete pessoas que podem entrar na forca após a queda de Orlando Silva: Wadson Ribeiro, Ricardo Capelli, Ricardo Gomyde, Alcino Reis Rocha, Fábio Hansen, Vicente José de Lima Neto e Antonio Fernando Máximo.
Desses, apenas um tem o respaldo do Palácio do Planalto para continuar: Alcino Rocha, secretário nacional de Futebol, que tem atribuições ligadas à Copa de 2014.
Para o governo, Alcino está desvinculado do esquema montado no ministério e Aldo Rebelo já foi avisado que, se quiser, poderá mantê-lo. Alcino foi quem assinou um convênio de R$ 6,2 milhões, em dezembro de 2010, com um sindicato de cartolas para um projeto de cadastramento de torcedores que não sai do lugar. O Estado publicou reportagem, em agosto, em que o presidente do Sindicato das Associações de Futebol (Sindafebol), Mustafá Contursi, admitia que a entidade não tinha estrutura para tocar o convênio.
Wadson. O caso mais emblemático para Aldo resolver será o de Wadson Ribeiro, ex-presidente da UNE e hoje secretário de Esporte Educacional, setor que cuida do programa Segundo Tempo, foco de irregularidades e desvios de verba.
Ribeiro é também membro da direção nacional do PC do B e pré-candidato à Prefeitura de Juiz de Fora. Wadson foi secretário executivo do ministério na gestão passada e assinou boa parte dos convênios suspeitos, entre eles um que beneficiou uma entidade de sua cidade com repasses de mais de R$ 9 milhões.
A demissão do secretário de Esporte Educacional agora enfraqueceria o PC do B em Minas, na avaliação de dirigentes da sigla. O PC do B gostaria que Wadson saísse somente em 2012 do Ministério do Esporte para disputar a eleição.
Outro nome da pasta que está na berlinda e é protegido do partido é o chefe de Antônio Fernando Máximo. Secretário regional de Ação Institucional e Políticas Públicas do partido, o nome dele foi envolvido nos escândalos de corrupção do Esportegabinete da Secretaria de Esporte Educacional, pelo fato de uma empresa com a qual tem ligações ter sido favorecida com recursos da pasta. Aldo quer demiti-lo.
Para diminuir o desgaste com o PC do B mineiro, porém, gostaria de manter Ana Maria Prestes Rabelo, neta de Luiz Carlos Prestes e assessora internacional do ministério.
O PC do B do Paraná rejeita o nome de Ricardo Gomyde numa lista de degola pós-escândalo. Ex-dirigente da UNE, Gomyde é assessor especial do gabinete do ministro do Esporte e vice-presidente regional do partido.
Gomyde chegou ao ministério após brigar com o ex-governador do Paraná e hoje senador, Roberto Requião (PMDB), que o demitiu da Secretaria de Esportes. É ex-deputado federal e pré-candidato a prefeito em 2012.
Dirigente do PC do B no Rio de Janeiro, Ricardo Cappeli é outro que tenta se segurar no ministério. Assim como Aldo Rebelo, Orlando Silva e Wadson Ribeiro, ele já foi presidente da UNE. Hoje dirige o programa da Lei de Incentivo ao Esporte como trampolim para as eleições de 2012.
Cappeli já teve seu nome envolvido em irregularidades no programa Segundo Tempo quando foi candidato a vereador em 2008.
Fora do baralho. O chefe de gabinete do ministério, Vicente José de Lima Neto, é praticamente carta fora do baralho. Dirigente do PC do B baiano, ele é amigo e conselheiro de Orlando Silva. Passam por Lima os temas mais importantes da pasta que precisam de uma opinião do ministro.
É esperada também a exoneração de Fábio Hansen, que hoje trabalha no Departamento de Programas do Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social. Ele é acusado pelo policial militar João Dias Ferreira de participar do esquema de fraude no Segundo Tempo. O militar afirmou, em entrevista à revista Veja, que o ex-ministro Orlando Silva recebia dinheiro desviado de ONGs conveniadas ao Esporte. Doze dias após a denúncia, Orlando Silva deixou a pasta. Hansen está na conversa gravada por Ferreira em abril de 2008, quando negociam um acordo para salvar a entidade do delator das cobranças que o ministério fazia.
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VÍDEO SENSACIONAL: Chá na Madruga - #1 O porquê da Liderança

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OPINIÃO: A USP deve ter autonomia, sim! (Por Lincoln Secco)

FONTE: http://www.viomundo.com.br/politica/lincoln-secco-a-usp-deve-ter-autonomia-sim.html


Não é comum ver livros como armas. Enquanto no dia 27 de outubro de 2011 a imprensa mostrou os alunos da FFLCH da USP como um bando de usuários de drogas em defesa de seus privilégios, nós outros assistimos jovens indignados, mochila nas costas e livros empunhados contra policiais atônitos, armados e sem identificação, num claro gesto de indisciplina perante a lei. Vários alunos gritavam: “Isto aqui é um livro!”.
Curioso que a geração das redes sociais virtuais apresente esta capacidade radical de usar novos e velhos meios para recusar a violação de nossos direitos. No momento em que o conhecimento mais é ameaçado, os livros velhos de papel, encadernados, carimbados pela nossa biblioteca são erguidos contra o arbítrio.
Os policiais que passaram o dia todo da última quinta feira revistando alunos na biblioteca e nos pátios, poderiam ter observado no prédio de História e Geografia vários cartazes gigantes dependurados. Eram palavras de ordem. Algumas vetustas. Outras “impossíveis”. Muitas indignadas. E várias poéticas… É assim uma universidade.
A violação da nossa autonomia tem sido justificada pela necessidade de segurança e a imagem da FFLCH manchada pela ação deliberada dos seus inimigos. A Unidade que mais atende os alunos da USP, dotada de cursos bem avaliados até pelos duvidosos critérios de produtividade atuais, é uma massa desordenada de concreto com salas superlotadas e realmente inseguras. Mas ainda assim é a nossa Faculdade!
É inaceitável que um espaço dedicado à reflexão, ao trabalho, à política, às artes e também à recreação de seus jovens estudantes seja ameaçado pela força policial. Uma Universidade tem o dever de levar sua análise crítica ao limite porque é a única que pode fazê-lo. Seus equívocos devem ser corrigidos por ela mesma. Se ela é incapaz disso, não é mais uma universidade.
A USP não está fora da cidade e do país que a sustenta. Precisa sim de um plano de segurança próprio como outras instituições têm. Afinal, ninguém ousaria dizer que os congressistas de Brasília têm privilégios por não serem abordados e revistados por Policiais. A USP conta com entidades estudantis, sindicatos e núcleos que estudam a intolerância, a violência e a própria polícia.
Ela deve ter autonomia, sim. Quando Florestan Fernandes foi preso em 1964, ele escreveu uma carta ao Coronel que presidia seu inquérito policial militar explicando-lhe que a maior virtude do militar é a disciplina e a do intelectual é o espírito crítico… Que alguns militares ainda não o saibam, é compreensível. Que dirigentes universitários o ignorem, é desesperador.
Lincoln Secco  é professor livre-docente de História Contemporânea da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
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sábado, 29 de outubro de 2011

OPINIÃO: Além do partidarismo das entidades estudantis (Por Otávio Luiz Machado)

A vitória da chapa "Aliança pela liberdade" no DCE da UnB e de diversas outras com a mesma proposta em Centros Acadêmicos e demais entidades estudantis pelo Brasil afora só demonstra que o modelo de partidarização,  de aparelhamento e de instrumentalização política das entidades estudantis brasileiras sofreu um esgotamento incrível nos últimos tempos.

Com a acentuação dos problemas advindos da paralisação momentânea do aumento de recursos públicos para as universidades e da própria dificuldade de correção das dificuldades de gestão oriundas dos entraves burocráticos e dos inúmeros casos de engessamento da máquina pública por causa dos editais não cumpridos ou da falta de visão de futuro de muitos gestores, o que se vê é a crescente insatisfação dos estudantes nos campus. 

A não correspondência dos grupos clássicos que dominam as entidades estudantis de longa data na base do revezamento de gestões abriu espaços para que coletivos ou grupos que se apoiam no slogan do apartidarismo e no foco das bandeiras de lutas específicas ao dia a dia dos estudantes ganhem cada vez mais a atenção nos processos eleitorais estudantis.

Até onde sei, a chapa da UnB já disputou outras eleições e ficou bem atrás dos demais concorrentes em outros momentos. Também é importante ressaltar que a conjuntura está totalmente favorável a isso, pois com os escandâlos do PC do B que respingam para tantos outros grupos, os que se apresentam como apartidários estão caindo cada vez mais no gosto do conjunto dos estudantes.

Um  outro aspecto a ressaltar é a maior circulação de informações pelas redes sociais. Até pouco tempo o estudante ia votar ou participar das eleições estudantis com muita pouca informação, mas quase sempre a sua escolha não se podia chamar de radicalmente consciente. 

É fato que entidades como a UNE e tantas outras estão totalmente desconectadas da realidade dos estudantes do País. Não se envolvem aí em assuntos fundamentais como o ENEM ou num debate robusto sobre a política nacional. 

Enquanto isso novos grupos vão surgindo e ocupando esse espaço, transformando por dentro a participação estudantil e criando uma nova cultura política. Vamos ver até onde chegaremos com isso.
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HOMENAGEM: Peter Fry (Por Hermano Vianna)

FONTE: http://sergyovitro.blogspot.com/2011/10/hermano-vianna-peter-fry.html?spref=fb


Seu olhar de quem não nasceu aqui muitas vezes é o mais brasileiro de todos

Peter Fry fez 70 anos na semana passada. O Brasil tem tido o privilégio de conviver com esse antropólogo de origem britânica desde 1970, quando ele aportou em Santos para ser professor na Unicamp. Um de seus livros ganhou o título “Para inglês ver”. Tomara que continue nos vendo, nos ensinando a ver e aprendendo conosco a ver por um bom tempo. Seu olhar de quem não nasceu aqui muitas vezes é o mais brasileiro de todos e nos força a cultivar, contra sonhos poderosos de identidade certinha e estável, tudo aquilo que nos torna diferentes, originais e imprevisíveis. Peter se naturalizou brasileiro, escolheu ser brasileiro, mas felizmente não perdeu o espírito nômade, inquieto, de quem se sente em casa — e quem disse que casa é sempre lugar do conforto? — no deslocamento entre Europa, África e Américas, bagunçando as fronteiras artificiais (raciais, de “gênero”, religiosas e outras) que aparecem todos os dias para separar o que deveria ficar sempre misturado — uma mistura que ganha novos significados todos os dias.

Seu nomadismo não é apenas geográfico. Peter não tem medo de trocar de continentes ou de ideias. As situações mudam, e devem mudar também as ferramentas para compreendê-las, ou mesmo para percebê-las. É preciso ter coragem para dizer que estávamos equivocados no passado, que aquela maneira antiga de ver o mundo não nos serve mais, e que chegou a hora de partir para outra, para a próxima, sem apego. Tive lição prática dessa sua estratégia saudavelmente mutante durante a defesa da minha tese de doutorado (que deu origem ao livro “O mistério do samba”), quando Peter fazia parte da banca de examinadores. Eu havia atacado um de seus textos, o clássico “Feijoada e soul food”, e pensava que isso poderia causar mal-estar, ou pelo menos debate difícil, em nosso diálogo. Para minha surpresa, ele foi logo dizendo que a crítica que eu lhe fizera era procedente, e declarou que já tinha superado aquele modo de ver as coisas.

Sua curiosidade com relação ao diferente e sua disponibilidade para mudar de visão de mundo sempre que necessário se mantêm intactas nestas sete décadas de vida — é incrível ainda hoje acompanhar sua vitalidade juvenil, depois de tantas mudanças e experiências bombásticas. Desde os primeiros momentos, literalmente: quando nasceu, os campos ingleses ao redor da maternidade estavam sendo bombardeados por aviões alemães. Sua mãe tinha saúde frágil, e Peter passou sua vida em colégios internos, tendo a educação britânica mais tradicional. Entrou para Cambridge, para ser matemático. Trocou de curso.
Teve aulas, trabalhou ou teve contato próximo com alguns dos antropólogos mais importantes daquela época: Edmund Leach, Mary Douglas (que lhe ensinou a dar aulas), Jack Goody, Roger Bastide, Michel Leiris, Pierre Rivière. Por acaso foi fazer pesquisa de doutorado na então Rodésia, onde aprendeu a língua xona. Por sorte foi adotado pela turma de Max Gluckman, que se interessava pelas relações da África com a modernidade “ocidental”, em todas suas contradições. Nesse período, teve oportunidade de conhecer Moçambique, ainda colônia portuguesa, e ficou fascinado com as diferenças entre as maneiras de se pensar as raças desenvolvidas pelas colonizações britânicas e portuguesas. Não via uma como melhor que a outra: eram surpreendentemente diferentes.

Na volta para a Inglaterra, não conseguiu mais se adaptar aos tons cinzas da vida britânica. Vivia deprimido. Foi aprender português numa aldeia perdida no norte de Portugal. Então soube que a Unicamp estava contratando novos professores e se mudou para o Brasil. Aqui estudou religiões e línguas afrobrasileiras, colaborou com as primeiras experiências de imprensa gay e se mudou para o Rio, onde foi professor no Museu Nacional e do IFCS, local em que ajudou a implantar importante (também para o Brasil) programa para estudantes de países africanos de língua portuguesa. Nesse meio tempo voltou para a África, como representante da Fundação Ford no Zimbábue e em Moçambique. Ali financiou projetos de pesquisa pioneira sobre transformações políticas e culturais locais. Recentemente, no Brasil, mergulhou de forma apaixonada no debate sobre as cotas, identificando racialismo em propostas que pretendem acabar com a discriminação por raças — vários militantes prócotas passaram a tratá-lo como inimigo, quando na verdade deveriam tê-lo amigo fundamental no combate ao racismo (é muito empobrecedor dividir o mundo entre prós e contras qualquer coisa — como ensina Peter, o melhor da antropologia é consequência da crítica contra essencialismos rasteiros). Hoje, aposentado da universidade, é um dos principais articuladores da revista virtual “Vibrant”, que traduz textos de antropólogos brasileiros
para aumentar a circulação de nossas ideias planeta afora, produzindo mais diferenças de visões do/no mundo. Ufa!

Relembrei várias dessas aventuras de Peter vendo os vídeos de sua entrevista que o Cepedoc publicou online como parte do excelente projeto “Cientistas sociais de língua portuguesa — histórias de vida”. Há várias outras entrevistas — com Gilberto Velho, Boaventura de Sousa Santos, Janet Mondlane etc. — no
site cedepoc.fgv.br/cientistassociais).
Lá há também uma preciosidade: a restauração do filme “Days of rest”, que Peter dirigiu em Zâmbia, em 1969, sobre membros de uma igreja protestante que hoje chamamos de neopentecostal.
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MATÉRIA: Iniciativas buscam convivência segura na web

FONTE: http://www.ondajovem.com.br/noticias/iniciativas-buscam-convivencia-segura-na-web/view

29/10/2011
A falta de regras para o uso da internet tem favorecido preponderantemente as corporações do mercado digital e as organizações do crime eletrônico. Esses setores estão mais bem preparados do que os usuários para fazer valer sua moral comercial, religiosa ou política, contraditoriamente dentro dos padrões novidadeiros característicos da tradicional cultura de massa. Na tentativa de ampliar a segurança no ciberespaço e de proteger a internet pelo que ela tem de bom e assegurar ao usuário uma relação clara com os provedores e com o Estado, estão tramitando no Congresso Nacional dois projetos, o da Lei Azeredo e do Marco Civil.
A Lei Azeredo, de molho há mais de dez anos, tem abordagem criminal, e o Marco Civil, que entrou em pauta em agosto deste ano, tem caráter civil. Parece mais lógico ter um Marco Civil primeiro, estabelecendo direitos e deveres cidadãos no espaço virtual, para depois tipificar os crimes, embora muitos desses ilícitos cibernéticos e condutas impróprias sejam notórios -- estelionato eletrônico, captura não autorizada de informações protegidas, atentados a serviços de utilidade pública, interceptação de mensagens pessoais, inserção ou disseminação de códigos maliciosos, pedofilia e incitação ao preconceito, para citar alguns.
Parte das decisões a serem tomadas é de ordem política, tais como a soberania dos países na nova configuração multipolar, uma vez que o funcionamento da internet está pensado a partir de protocolos desenhados conforme os interesses norte-americanos, de alguns países europeus e do Japão. A outra parte deve obedecer a questões técnicas, a exemplo do tempo em que os provedores devem guardar as informações de acesso do usuário, com seu respectivo endereço de máquina (IP), para casos de interpelações judiciais, acionadas por quem se sentir efetivamente lesado em sua intimidade, imagem e vida privada.
Temas de interesse
É fundamental que ao examinar a proposta do Marco Civil da internet, a sociedade brasileira sinalize aos legisladores os temas de seu interesse, para que não haja omissão nem ambiguidades, o que por qualquer descuido pode acontecer em uma lei que estabelece regra geral.
Assuntos específicos, como os previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, os ilícitos cibernéticos, contemplados ou não pela Lei Azeredo e os temas a serem tratados pela lei do Direito Autoral, não devem ficar com brechas, sob pena de subjugarmos os interesses do País aos interesses de algumas condenáveis redes formais e informais.
Dois aspectos são fundamentais de ser contemplados no Marco Civil, nem que seja apenas orientando sua providência em mecanismos adicionais. É a questão do idioma e a preservação da memória científica. Sem uma regulamentação nesse sentido, continuaremos obrigados a “raciocinar” na língua dos donos da internet e a abrir mão da linha evolutiva acadêmica, nos casos de citações bibliográficas. É lamentável ver tantas referências bibliográficas de sites e blogs em monografias, teses e dissertações, muitos deles já indisponíveis. Esse tipo de menção precisa ser protegida, a fim de facilitar a visitação de novos pesquisadores aos seus conteúdos integrais.
Anonimato e privacidade
Outro ponto preocupante na discussão do Marco Civil é que ele esteja descolado da predominância do poder econômico, do sistema partidário e eleitoral e de alguns duvidosos reclames democráticos. Mas talvez o problema mais complexo para o estabelecimento do Marco Legal da internet seja o conflito entre anonimato e privacidade online.
A defesa pela não-identificação de usuários tem inspiração nos traumas sociais europeus, na primavera árabe e no próprio fantasma das fatídicas experiências de ditadura no Brasil, marcados por regimes de exceção que tanto machucaram os direitos individuais e de grupos políticos. O anonimato, como uma premissa para a total liberdade de expressão na rede, pode evitar riscos de vigilância oficial e de invasão de privacidade, mas é antes de tudo abrigo a toda sorte de marginalidade.
Trata-se de um problema difuso, no qual a cidadania tende a ficar deslocada na queda de braços entre o mercado e o Estado. Não é à toa que o patrocínio de programas que driblam o monitoramento na internet, como o Tor, e os que procuram enfraquecer os criadores de conteúdos, como o Creative Commons, são corporações transnacionais, que se beneficiam com situações de vulnerabilidade legal. É provável que organizações mal-intencionadas e até criminosas também estejam por trás da manutenção desse grande “Complexo do Alemão” online, onde a ausência do Estado e a situação de impotência da população resulta nas condições ideais para a sua atuação.
Direitos e deveres
Essa discussão deveria partir do princípio de que a internet é formada por logradouros públicos e que todo espaço público é por natureza um espaço de anonimato. Todo transeunte é, em tese, um anônimo. A perda dessa condição só deve ocorrer quando infringidas as regras de convivência, o que provoca a necessidade de identificação do infrator.
Na vida de qualquer comunidade, física ou virtual, o bem-estar e o estabelecimento do equilíbrio social passam pelo respeito mútuo. Esse é um aprendizado que vem desde a vida nômade, da fixação humana em áreas agricultáveis e de criação de animais domésticos, da construção da cidade, dos processos de conurbação ao espaço público da virtualidade.
A revolução ensejada pelo surgimento da internet é fenomenal, mas não é tão distante assim das grandes mudanças ocorridas no mundo com a chegada do automóvel, do trem, do avião, da transmissão de rádio e tevê. Para a complexidade de cada situação dessas a sociedade encontrou formas de estabelecer marcos legais capazes de regular direitos e deveres dos usuários, por meio de sinalizações legíveis, visíveis e universais, da educação de direção defensiva e de normas para o transporte de mercadorias. Parece simples, mas não foi fácil cuidar, por exemplo, das liberdades do ar, quando o espaço aéreo doméstico e internacional necessitou de instrumentos jurídicos para ordenar o fluxo do trânsito “sem fronteiras” das aeronaves.
As redes são logradouros públicos e privados, ambientes de negócios e de convivência coletiva e espaços de circulação que, como as rodovias, as estradas de ferro, o espaço aéreo e as frequências de rádio e televisão, carecem de ordenamento através de regularidades. Nos séculos XIX e XX foram produzidas inúmeras peças legais e códigos de conduta que certamente servirão de balizas para a nova realidade desse início de século XXI.
O Marco Civil da internet e suas leis complementares só terão alcançado êxito quando evitarem as infovias de mão única, por onde escoam cargas de bens econômicos e culturais homogeneizantes e muitas vezes em regimes abusivos que vitimam as cidadãs e os cidadãos, reduzindo o seu potencial de construção de múltiplos sistemas sociais, políticos e econômicos, motivados pela riqueza da diversidade cultural e da sustentabilidade.
Fonte: Diário do Nordeste
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VÍDEO: Chamada da Chapa Aliança pela Liberdade (que venceu recentemente o DCE da UnB)

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VÍDEO: CHAPA "INDEPENDENTE" Aliança pela Liberdade venceu eleições para DCE da UnB. Uma chapa q correu por fora e ganhou dos grupos de esquerda

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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

MATÉRIA: Política pública para educação deve considerar o comportamento dos alunos, diz Nobel de Economia

FONTE: http://portal.aprendiz.uol.com.br/2011/10/26/politica-publica-para-educacao-deve-considerar-o-comportamento-dos-alunos-diz-nobel-de-economia/


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VÍDEO COM LIÇÕES DE DETERMINAÇÃO: A cantora Vanessa Teixeira conta seus desafios para chegar lá

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MATÉRIA: Pressão por resultados estimula desvios de conduta, admite Paulo Beirão, diretor do CNPq

FONTE: http://www.adusp.org.br/revista/50/r50a09.pdf

Órgão cria comissão para examinar casos que envolvam bolsistas

“O CNPq vai tomar para si a responsabilidade de examinar casos de desvios na conduta da investigação científica cuja apuração realmente se mostre necessária”.
A declaração é de Paulo Sérgio Lacerda Beirão, diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do CNPq. Professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, ele preside a comissão criada em 5 de maio de 2011 pelo órgão para pensar uma política específica sobre o tema.
A nova posição do CNPq diante do tema está alinhada a um entendimento internacional de que as agências de fomento devem ter papel ativo nesse assunto.
“Se for confirmada a má-conduta, dependendo da gravidade, vamos tomar medidas que vão até a punição máxima, que é cortar os benefícios que a pessoa esteja recebendo do CNPq”, afirma Beirão. Diferentemente do que ocorre, por exemplo, nos Estados Unidos, onde há uma agência federal que investiga esse tipo de denúncia (Office of Research Integrity), no Brasil a apuração desses casos cabe à instituição à qual o cientista é vinculado. A novidade é que, por exemplo, no caso de denúncia de plágio contra um pesquisador da USP bolsista do CNPq, ele poderá ser investigado não só pela universidade como também pelo conselho.
O diretor do CNPq destaca que o trâmite da investigação será diferente do que ocorre atualmente em universidades públicas. “Não somos obrigados a seguir o ritual que existe, por exemplo, nas instituições públicas, de se fazer sindicância, processo administrativo, devido ao Estatuto do Servidor. Somos obrigados — e nem precisaria, pois é um princípio elementar — a garantir a defesa plena da pessoa. Ela será ouvida e a denúncia, avaliada por pares”. Beirão destaca, no entanto, que a comissão não está centrada na questão punitiva. Ao contrário, o foco maior seria a prevenção e o aspecto pedagógico.
“Não queremos incentivar um denuncismo”. Questionado sobre a opinião de docentes de que a pressão por alta produtividade acadêmica pode estimular ou abrir brechas, por exemplo, para a prática do plágio, Beirão foi enfático. “Concordo plenamente.
Essa pressão que existe para publicação numérica, só, tende a premiar quem faz esse tipo de coisa e muita gente faz isso de forma ilegítima, embora muitos façam de forma legítima. Mas há uma tentação e algumas pessoas podem se submeter a ela em função da pressão”.
Para ele, essa é uma preocupação atual do CNPq, que está fazendo uma “reconfiguração estratégica”, que inclui mudar os métodos de avaliação, dando ênfase maior à qualidade do que à quantidade de pesquisas e publicações. Embora pondere que essa nova política sobre casos de má-conduta seja um processo de construção, Beirão se diz “otimista” e anuncia: “Vai ser um  alívio para as pessoas saberem que não precisam competir com pessoas desonestas”.
Os demais integrantes da comissão, que foram escolhidos
pela diretoria-executiva do CNPq, são Gilberto Velho, do Departamento de Antropologia do Museu Nacional, da UFRJ; Alaor Silvério Chaves, professor titular do Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas da UFMG; Jailson Bittencourt de Andrade, professor titular do Departamento de Química Geral e Inorgânica do Instituto de Química da UFBA; e Walter Colli, professor titular no Instituto de Química da USP.
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VÍDEO: Protesto a favor da anulação do Enem reúne estudantes em Fortaleza

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CANDIDATOS À DIREÇÃO DO CCSA DA UFPE


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UFPE NA PAZ NO CCSA DA UFPE

UFPE na PAZ

DIA: Terça, 1 de Novembro 

HORÁRIO: de 10:00h as 20:00



Vamos todos de branco celebrar a PAZ. Enviar para o Twitter

NOTA: Pronunciamento de ALAS sobre crime en Honduras

FONTE: Assessoria



Pronunciamiento

La Asociación Latinoamericana de Sociología (ALAS) expresa su indignación ante la denuncia que hace el Prof. Rudis Flores, miembro de la Directiva de ALAS, del asesinato de los estudiantes de la Universidad Nacional Autónoma de Honduras-UNAH, Rafael Alejandro Vargas Castellanos, hijo de la Rectora de la UNAH y estudiante de la Licenciatura en Sociología, y Carlos Pineda, estudiante de la Facultad de Derecho.
La ALAS se suma igualmente al pronunciamiento oficial de la Asociación Centroamericana de Sociología (ACAS), que manifestó públicamente su indignación instando las autoridades competentes a esclarecer este doble crimen.
Solicitamos también a la comunidad académica latinoamericana que se pronuncie ante este hecho de modo de evitar que esta violencia criminal quede impune.
25 Octubre 2011
Por la Directiva de ALAS
Paulo Henrique Martins, Presidente
Marcelo Arnold C., Vicepresidente
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A LUTA NA UNIR: COMISSÃO DE SINDICÂNCIA DO MEC SOMENTE VIRÁ NA PRÓXIMA SEMANA A RONDÔNIA PARA IVESTIGAR A ADMINISTRAÇÃO DA UNIR

FONTE: http://comandodegreveunir.blogspot.com/2011/10/sobre-comissao-de-sindicancia.html


A Comissão de Sindicância nomeada pelo Ministério da Educação (MEC) em 21 de outubro de 2011 não virá mais esta semana a Rondônia para apurar as denúncias de irregularidades cometidas pela administração superior da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) que tem como reitor o professor José Januário Amaral, e sim na próxima semana.
O motivo da Comissão não vir esta semana a Porto Velho, segundo informações repassadas pelo Secretário da SESu/MEC, professor Luiz Claudio Costa, ao Deputado Federal Mauro Nazif (PSB), dá-se em função da mesma estar realizando levantamentos de todos os processos que envolvem a administração da UNIR existentes em Brasília.

Segue a comissão abaixo:
Nº 1.529- Art. 1º Designar GUSTAVO HENRIQUE DE VASCONCELLOS CAVALCANTI, Analista de Finanças e Controle, matrícula SIAPE nº. 1538534; DANNY DE CASTRO SOARES, Agente Administrativo, matrícula SIAPE nº. 1739544, e JOÃO DE FÁTIMA MARQUES, Analista de Finanças e Controle, matrícula SIAPE nº 92938, para, sob a presidência do primeiro, constituírem Comissão de Sindicância Investigativa visando à apuração de eventuais irregularidades administrativas no âmbito da Universidade Federal de Rondônia, constantes do processo nº 23000.014461/2001-26, bem como proceder ao exame de outros fatos, ações e omissões que porventura venham a ser identificados no curso de seus trabalhos e que guardem conexão com o objeto presente. Art. 2º Estabelecer o prazo de 30 (trinta) dias para a conclusão dos trabalhos.
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação
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VÍDEOS: Greve da Unir - Estudantes e professores - Resistência

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VÍDEO: Alunos entram em confronto com PM na USP

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QUANDO SE OCUPA PARA DESOCUPAR: Nota do DCE-Livre da USP: Repressão da Polícia Militar na USP

FONTE: http://www.dceusp.org.br/2011/10/nota-dce-repressao-pm-out-2011/


Desde 2007, quando o reitor João Grandino Rodas era diretor da Faculdade de Direito da USP (SanFran), a Polícia Militar vem sendo usada para reprimir manifestações políticas na Universidade de São Paulo. Em junho de 2009, a PM invadiu o campus Butantã para reprimir o movimento, o que não ocorreu nem na ditadura civil-militar. O convênio firmado em 2011 pela Reitoria permitiu a entrada da PM no campus, o quê não resolve o problema de segurança e faz com que as(os) estudantes ainda se sintam inseguras(os) no Butantã. Nos últimos meses, a PM vem sistematicamente abordando estudantes, como na Poli, ECA e CRUSP.
No último 27 de outubro, o movimento reagiu a uma dessas abordagens e foi duramente reprmido por cerca de trinta viaturas, com bombas de gás lacrimogêneo, dentro de um prédio didático da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Diante disso, o movimento decidiu ocupar o prédio da Administração da FFLCH, para dizer basta à presença da PM no campus. O DCE-Livre da USP, entidade que sempre esteve na luta pelos direitos civis, estará com este movimento até que essa reivindicação seja atendida.
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OLHA AÍ: Diretório Acadêmico de Ciências Sociais da UFPE torna-se autogestionário.

FONTE: http://reciferesiste.wordpress.com/2011/10/27/diretorio-academico-de-ciencias-sociais-da-ufpe-torna-se-autogestionario/#more-3741

Novo Estatuto! Histórico do processo

Em Assembleia Estatuinte, no dia 19 de Outubro de 2011, foi aprovado o novo Estatuto DACS UFPE!
http://goo.gl/WOu14
ou
http://dacsufpe.blogspot.com/p/estatuto.html
Este novo Estatuto procura trazer acúmulos vivenciados no DACS, procurando criar não apenas uma garantia burocrática, mas trazendo uma filosofia do “fazer política com” em contraponto ao “fazer política para”, procurando um funcionamento por comissões com pessoas de referência, porém sem diferenciação entre o total de membros do DACS.
***

Histórico do processo:
Nos anos anteriores(2007 para trás), sempre tivemos processos eleitorais tradicionais: se lançava um edital, grupos interessados formavam chapas para disputarem o Diretório nos votos. Porém, já se vinha surgindo um espírito aberto, com práticas que vinham mudando, como reuniões abertas, procurando agregar todos os estudantes, sem diferenciação, ao Diretório. E já aqui, vários pontos do Estatuto anterior já não eram mais seguidos e ou utilizados.

Em 2008 surge a discussão direta da autogestão, porém de forma embrionária. Aqui, já apareciam os primeiros questionamentos contrários a heterogestão – apesar das últimas gestões formais eleitas não se portarem nessa essência clássica.
Aqui já surge outro ponto de mudança, com o espírito de fazer um D.A. Coletivo: se faz um único chapão com todos os interessados em construir o DACS, que se chamou Baseados no Coletivo.
Em 2009 acaba a última gestão eleita, porém ninguém se interessou por puxar processo eleitoral – tanto pelo desgaste do processo, quanto que, com comissões feitas, se deu prioridade para continuar os trabalhos.
No fim de 2009 puxaram uma assembleia para fazer eleição, porém lá é aprovado um modelo provisório de funcionamento, buscando formais mais coletivas e abertas de se manter o D.A., e este funciona até o próximo semestre, onde já se marcou uma assembleia para discutir a formalização dum modelo de gerência.
Assim, no primeiro semestre de 2010 a dita Assembleia ocorre. Muita confusão e divergências um tanto quanto desgastantes a respeito do modelo para o DACS. Delibera-se 1 – a mudança do estatuto não ocorrerá conforme dita o até então Estatuto vigente; 2 – grupos afins farão propostas para serem lançadas em uma posterior assembleia.
Infelizmente por motivos diversos – até mesmo a correria para começar a organizar o ERECS Pernambuco – nenhuma proposta foi formulada, e nenhum Estatuto criado.
Já em 2011, após o Encontro Regional de Estudantes de Ciências Sociais do Nordeste (ERECS/NE), que ocorreu em Caruaru, indivíduos interessados retomam a construção do DACS de forma espontânea, procurando através de atividades aglutinar mais pessoas em prol de um objetivo comum.
Sendo assim, no fim do semestre se resolveu fazer o I Ciclo de Seminários DACS: “Movimento Estudantil de Ciências Sociais”. Ele tinha como objetivo, além de outros, trazer uma contextualização do Movimento e do Diretório, tendo em vista a sempre renovação entre Formandos e Calouros.
Aqui surge, novamente, a discussão sobre o modelo organizativo, e a necessidade de se criar um novo estatuto que formalizasse nossa atuação em quanto estudantes atuantes no DA.
Como existiam concepções diferentes, e visando enriquecer o debate e ajudar a criação de grupos interessados em criar propostas de Estatuto, foi realizado, no segundo semestre de 2011, o II Ciclo de Seminários DACS com o tema “Formas de Gestão”.
Após este Seminário, um grupo se reuniu e convocou quem estivesse querendo construir um novo estatuto para o DACS, que não apenas o reformulasse, mas que revolucionasse e colocasse os anseios e práticas vindas durante todo este tempo – descentralização, tomadas de decisões horizontais, gestão coletiva, etc.
Este espírito estava tão forte, que a segunda proposta foi uma alteração feita em cima da proposta construída coletivamente acima.
Seguindo ainda as deliberações da assembleia de 2010, foi discutido como se daria o processo de mudança Estatutária. Como legitimação acreditamos que todo o processo deve-o fazer, com os próprios seminários, tempo para se realizar as propostas, tempo para expô-los, divulgação, processo aberto, etc.
Mesmo assim, se decidiu então que colheríamos 200 assinaturas de Convocação e Ciência da Assembleia, e esta última deveria conter 50+1 pessoas.
Tiramos estes números sem sabermos quantos alunos matriculados tínhamos (Bac. 233; Lic 205; TOTAL: 438)
Colhidas 188 assinaturas. A Assembleia Estatuinte ocorreu no dia 19 de Outubro de 2011, e teve a presença de 62 pessoas. Lá foi decidido que era válido o número de assinaturas.
E, por 32 votos a Proposta 1 foi aprovada como o novo Estatuto do DACS UFPE – com 17 votos para a Proposta 2 e uma abstenção.
Viveremos um novo momento no DACS, oriundo de todo o presente-passado.
Estabeleceremos mudanças de paradigmas. E que o futuro-presente seja tão promissor quanto ao que chegamos agora!
À Ação!

Fonte: DACS UFPE
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