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sábado, 7 de maio de 2011

MATÉRIA: Feminização da carreira docente é reflexo de educação sexista

FONTE:

Feminização da carreira docente é reflexo de educação sexista

Da Redação
“A educação sexista define que as mulheres são boas para determinadas atividades, e não são boas para outras”. A afirmação é da pesquisadora da ONG Ação Educativa e coordenadora do estudo “Gênero e Educação no Brasil”, Denise Carreira, durante audiência pública sobre preconceitos e discriminações na educação brasileira, realizada na quarta-feira (4/5), na Câmara dos Deputados, segundo informações do Portal R7.

Na ocasião, foi apresentada versão parcial do estudo desenvolvido pela Ação Educativa, que mapeou o papel da mulher na educação do país. Segundo a pesquisa, 97% dos educadores infantis são mulheres. O estudo aponta que ainda predomina a ideia que profissões como professoras e assistentes sociais são mais adequadas às mulheres por vocação.

Para Denise, o fato de o mercado de trabalho ser menos favorável a elas — que, por exemplo, recebem salários menores — está ligado com a citada vocação, estimulada desde a escola. A coordenadora do Laboratório Interdisciplinar de Estudos de Gênero (Lieg) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Lídia Possas, concorda. “Quando os estereótipos são mantidos na escola, os alunos absorvem e passam a reproduzir no cotidiano”, analisou.

Para a professora e pesquisadora do assunto há 20 anos, Tânia Brabo, muitos ainda “acham que há profissões que são de homens e, portanto, mulheres não podem escolhê-las.”

“Dentro da sala de aula, os professores falam de cores e brinquedos de meninos e meninas, separam as crianças em filas por gênero, bem como em atividades diferenciadas. Na aula de educação física, fica evidente a separação” exemplificou Tânia.

De acordo com ela, a história ensinada nas escolas não evidencia como as mulheres contribuíram para os progressos das sociedades. “Passamos a não ter direitos, porque todo o modelo não contemplou a mulher como deveria. Se a professora não tem consciência dessa invisibilidade, vai tratar a situação como natural, não possibilitando a discussão. A prática pedagógica precisa mudar nesse quesito de gêneros”, concluiu.

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